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No discurso em que abriu hoje (20) a 71ª Assembleia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Michel Temer reiterou o
compromisso “inegociável” do Brasil com a democracia, citando, inclusive, o
processo que resultou no impedimento da presidenta Dilma Rousseff, feito,
segundo ele, “dentro do mais absoluto respeito à ordem constitucional”.
Temer abordou também alguns conflitos internacionais, como o
entre Israel e Palestina e a guerra da Síria. Segundo o presidente, em um mundo
“ainda tão marcado por ódios e sectarismos, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos
do Rio mostraram que é possível o encontro entre as nações em atmosfera de paz
e harmonia”.
O presidente elogiou também o restabelecimento das relações
diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos e criticou o protecionismo agrícola
patrocinado por diversos países.
Sobre a atual situação política brasileira, pós-afastamento
de Dilma, Temer disse trazer às Nações Unidas uma mensagem de compromisso
inegociável do país com a democracia. “O Brasil acaba de atravessar processo
longo e complexo, regrado e conduzido pelo Congresso Nacional e pela Suprema
Corte brasileira, que culminou em um impedimento. Tudo transcorreu dentro do
mais absoluto respeito à ordem constitucional.”
“Temos clareza sobre o caminho a seguir: o caminho da
responsabilidade fiscal e da responsabilidade social”, afirmou o presidente,
ressaltando que a confiança já começa a se restabelecer-se e que um horizonte
mais próspero começa a se delinear.
Temer aproveitou a oportunidade para convocar investidores
estrangeiros a fazerem negócios com o Brasil. “Nosso projeto de desenvolvimento
passa, principalmente, por parcerias em investimentos, em comércio, em ciência
e tecnologia. Nossas relações com países de todos os continentes serão, aqui,
decisivas."
O presidente enfatizou que o Brasil tem um Judiciário
independente, um Ministério Público atuante e órgãos do Executivo e do
Legislativo que cumprem seu dever. “Não prevalecem vontades isoladas, mas a
força das instituições, sob o olhar atento de uma sociedade plural e de uma
imprensa inteiramente livre”, disse Temer, pouco antes de apontar como tarefa
atual do país a retomada do crescimento econômico, a fim de restituir empregos
aos trabalhadores brasileiros.
Tradição
Ter uma autoridade brasileira abrindo a série de pronunciamentos de chefes de
Estado e de governo na assembleia geral é uma tradição na ONU, iniciada em 1947
pelo diplomata brasileiro Osvaldo Aranha. A exemplo de discursos feitos
anteriormente por outros presidentes brasileiros, Temer reiterou a posição
brasileira em defesa de uma reforma do Conselho de Segurança da entidade.
“As Nações Unidas não podem resumir-se a um posto de
observação e condenação dos flagelos mundiais. Devem afirmar-se como fonte de
soluções efetivas. Os semeadores de conflitos reinventaram-se. As instituições
multilaterais, não. O Brasil vem alertando, há décadas, que é fundamental
tornar mais representativas as estruturas de governança global, muitas delas
envelhecidas e desconectadas da realidade. Há que reformar o Conselho de
Segurança da ONU. Continuaremos a colaborar para a superação do impasse em
torno desse tema”, disse Temer.
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