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O ministro da Educação, Mendonça Filho, disse hoje (15) que
o governo pretende aprovar, ainda este ano, a Reforma do Ensino Médio, nem que
seja necessário editar uma medida provisória. A reformulação do currículo e
estrutura da parte final do ensino básico está em discussão no Congresso
Nacional. “Vamos aprovar neste ano, com certeza”, enfatizou o ministro, na
abertura do seminário Caminhos para a qualidade da educação pública:
impactos e evidências, que acontece em São Paulo, no teatro do Instituto Tomie
Ohtake.
O ministro, no entanto, prevê dificuldades em votar a
proposta, uma vez que a prioridade do parlamento nos próximos meses deve ser as
medidas relacionadas à economia. “Nós temos receio de que no bojo, no momento
em que se discutem medidas tão significativas no campo econômico, a gente venha
a secundarizar um tema tão relevante quanto à reforma do ensino médio”, disse.
“Se nós percebermos que a Reforma do Ensino Médio não poderá
sair até o final do ano via projeto de lei, mesmo com urgência, nós vamos
partir para a medida provisória”, adiantou o ministro que disse ter discutido o
assunto com o presidente Michel Temer.
Segundo Mendonça, o ministério já enviou uma série de
contribuições ao projeto substitutivo que está sendo elaborado pelo deputado
Wilson Filho (PTB-PB) a partir do texto inicial do deputado Reginaldo Lopes
(PT-MG).
Enxugamento e Flexibilidade
O enxugamento do currículo e a flexibilidade na escolha das
disciplinas foram alguns dos pontos destacados por Mendonça ao falar sobre as
alterações propostas para o ensino médio. “[É importante] ter mais
flexibilidade para que o jovem no ensino médio comece a decidir a própria
trajetória. Não faz sentido que o jovem que quer ingressar em um curso ligado à
área de humanas tenha a mesma base curricular daquele jovem que vai para as
ciências exatas”, ressaltou. O ministro também considerou alto o número de 13
matérias obrigatórias que compõem a grade curricular atualmente.
Ampliar a integração entre o ensino convencional e a rede
técnica é outro ponto defendido por Mendonça. “A grande maioria das redes da
educação média são absolutamente separadas da educação técnica. Nós temos que
aproximar mais para oferecer também essa oportunidade para os jovens”, disse ao
mencionar como bons exemplos a rede Paula Souza, de São Paulo, e os Institutos
Federais.
Para o ministro, também são necessárias adaptações no modo
de ensinar. Mendonça atribuiu os elevados índices de evasão escolar, em parte,
à falta de interesse dos jovens na escola. “São 1,7 milhão de jovens que nem
trabalham, nem estudam”, destacou. “A grande maioria das redes da educação
média são absolutamente separadas da educação técnica. Nós temos que aproximar
mais para oferecer também essa oportunidade para os jovens”, acrescentou.
Orçamento
Durante a explanação no auditório do seminário, Mendonça foi
interrompido por gritos vindos do público, em manifestação contra cortes no
orçamento destinado à educação. O ministro negou que haja redução de recursos
destinados à área. “Não houve redução do orçamento do Ministério da Educação,
ao contrário do que foi dito e propagado”, enfatizou após atribuir as
informações a “mentiras” propagadas nas redes sociais. “A gente tem para 2017
um orçamento que é maior do que o para 2016 em 7%”, complementou.
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