Continua após os destaques >>
O presidente interino Michel Temer decidiu hoje (16) criar
um grupo de trabalho com as centrais sindicais para apresentar, em 30 dias, uma
proposta sobre a reforma da Previdência. Cada entidade terá dois representantes
no colegiado, que terá a primeira reunião na próxima quarta-feira (18).
Embora tenham se manifestado reticentes a mudanças na
aposentadoria, sindicalistas que participaram de reunião hoje com Temer se
comprometeram a procurar soluções junto com o governo. A Central Única dos
Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CTB) não participaram do encontro por serem contrárias ao impeachment da
presidenta afastada Dilma Rousseff.
O presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB),
Antônio Neto, disse que as entidades podem até ser convencidas pelo governo,
mas a posição inicial do setor é que não é necessária uma reforma na
Previdência. “Achamos que não precisa, posso dizer com toda tranquilidade.
Quando foi feita a 85/95 progressivo, já foi feita a maldade [nova fórmula de
cálculo das aposentadorias]. Em 2026, ninguém mais no Brasil se aposentará com
65 anos (homem) e com 60 anos (mulher). É repetir o erro de novo. Aliás,
todas mexidas da Previdência mexeram sempre com o todo dos trabalhadores.”
Alternativas
Na opinião das centrais sindicais, há alternativas de
financiamento para a Previdência que não seja a mudança na idade dos
trabalhadores para ter direito ao benefício, como o aumento da arrecadação por
meio da formalização do trabalho e a criação de impostos por meio da
legalização dos jogos de azar.
O presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força
(SD-SP), disse que Temer está disposto a negociar para resolver o problema. “Do
nosso ponto de vista, esse acordo não pode tirar direitos. Direitos adquiridos
não podem ser mexidos, não aceitaremos nenhuma retirada de direitos de quem
está no mercado de trabalho. Mudança para quem vai entrar no mercado de
trabalho, nós podemos discutir. [Ele] espera que em 30 dias chegue em um
acordo. Se não chegar, ele pode adiar um pouco mais.”
Após o encontro, o presidente da União Geral dos
Trabalhadores, Ricardo Patah, disse que vai tentar sensibilizar as demais
centrais a participar dos debates, porque, segundo ele, Michel Temer disse não
querer deixar como legado a retirada de direitos dos trabalhadores.
“Este diálogo é fundamental. Querendo ou não querendo, está
aí o governo colocado. Se não houver um debate profundo, quem vai sair
prejudicado são todos os trabalhadores. Eles que estão pagando com o
desemprego. Não podemos ter situação de impedimento do diálogo para que a gente
possa solucionar a crise mais grave que a gente tem que é a do desemprego”,
disse Patah.
Destaques >>
Leia mais notícias em andravirtual
Curta nossa página no Facebook
Siga no Instagram