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Quase 16 milhões de meninas entre 6 e 11 anos nunca irão à
escola, de acordo com levantamento da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O número é duas vezes maior que o de
meninos. Entre eles, no mundo, 8 milhões nunca frequentarão as salas de aula.
Os números estão no Atlas de Desigualdade de Gênero na
Educação, disponível na internet, divulgado pela Unesco em razão do Dia
Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.
De acordo com a Unesco, as meninas são as primeiras a ter
negado o direito à educação. A desigualdade segue principalmente nos Estados
Árabes, na África Subsaariana e na Ásia Meridional e Ocidental. Na África
Subsaariana, 9,5 milhões de meninas nunca entrarão em uma sala de aula. No caso
dos meninos, serão 5 milhões.
Na Ásia, 80% das meninas que estão atualmente fora da escola
nunca receberão educação formal, o que equivale a 4 milhões. Entre os meninos,
menos de 1 milhão nunca receberá educação formal, o que equivale a 16% daqueles
que estão hoje fora da escola.
Em relação aos Estados Árabes, a Unesco diz que as meninas
são a maioria das milhões de crianças fora da escola, mas não é possível
precisar quantas, devido aos conflitos na região, que dificultam a elaboração
de estatísticas exatas.
O Brasil aparece no Atlas como um país sem dados
estatísticos específicos sobre gênero na educação básica.
As informações são do Instituto de Estatística da Unesco.
Anualmente o instituto faz um levantamento do número de crianças fora da escola
e calcula as probabilidades futuras de terem acesso às salas de aula, caso as
circunstâncias atuais sejam mantidas. As projeções podem variar ano a ano.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Eliminar as desigualdades de gênero no acesso à escola é um
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que devem ser cumpridos até
2030. Atualmente, uma em cada oito crianças entre 6 e 15 anos está fora da
escola e as meninas são as primeiras a serem excluídas. Mais de 63 milhões de
meninas no mundo inteiro não recebem educação formal.
"Nunca alcançaremos os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável se não conseguirmos vencer a discriminação e a pobreza que
paralisam a vida das meninas e das mulheres de geração a geração",
diz a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, em nota divulgada nessa
quarta-feira (2). "Devemos trabalhar em todos os níveis, desde a base
social até os dirigentes mundiais, para fazer da equidade e integração os eixos
de toda política, de forma que todas as meninas, sejam quais forem as suas
circunstâncias, vão à escola, prossigam os estudos e cheguem a ser cidadãs
emancipadas".
Os ODS são uma agenda global que tem a finalidade de
promover o desenvolvimento social, a proteção ambiental e a prosperidade
econômica em todo o mundo. Os objetivos começaram a valer este ano. Ao todo,
são 17 objetivos e 169 metas que foram acordados pelos países-membros em
setembro de 2015, em Nova York, na Cúpula das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Sustentável.
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