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A abertura do ano letivo da rede pública estadual de ensino
do Amazonas, nessa segunda-feira (15), foi marcada pela reinauguração da Escola
Estadual de Tempo Integral Bilíngue Professor Djalma da Cunha Batista, em
Manaus. Os alunos da instituição poderão contar com nova infraestrutura e
aprender a língua japonesa.
É a primeira escola pública de educação básica a oferecer ensino bilíngue de
japonês e português. A estudante Eveny Seixas, que está no 6º ano, aprovou a
novidade. “Incrível porque nenhuma escola no Brasil tinha esse tipo de ensino.
Eu acho uma experiência muito importante porque meu sonho é ser bilíngue”,
disse a aluna.
A Escola Djalma Batista agora tem capacidade para atender a
1.100 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental em tempo integral. “É
importantíssimo que eles aprendam o que ultrapassa os limites da língua e a
cultura, principalmente os valores da cultura japonesa: o respeito à
diversidade, ao meio ambiente, uma cultura de paz, de responsabilidade de
respeito ao próximo. Que esses alunos possam adquirir esses conhecimentos aqui
e, a partir do que aprenderem na escola, ser capazes de, ao chegar em casa,
replicar o conteúdo e aplacar, no meio em que vivem, a violência que se vê
hoje”, afirmou o gestor da instituição, Orlando Moura,
Para o ensino de japonês, será instalada uma sala temática
equipada com modernos aparelhos de áudio, vídeo e leitura. O termo de doação
dos equipamentos foi assinado pelo governador do estado, José Melo, e pelo
cônsul-geral do Japão em Manaus, Kazuo Yamazaki.
“É um projeto inédito. O governo japonês ficou sensibilizado
pela iniciativa do governo do Amazonas, compartilhando a importância da
educação. Assim, decidiu colaborar com a escola Djalma Batista no sentido de
incluir esse projeto bilíngue”, disse o cônsul.
O governador José Melo destacou que a iniciativa é uma forma
de investir na qualificação de mão de obra para o polo industrial da capital
amazonense. “Espero que possamos fazer isso com as outras línguas. Temos os
coreanos, com uma colônia muito grande, temos os chineses. Olhando o futuro, o
Distrito Industrial de Manaus vai ser o modelo econômico que mais crescerá no
pós-crise. Tenho visitado muitos empresários que querem vir para cá. Isso vai
ser um centro de atração muito grande. Então, temos que preparar nossa mão de
obrar para fazer frente aos inúmeros empregos que vêm por aí”, declarou o governador.
O secretário de Educação do Amazonas, Rossiele Soares,
reforçou a importância do ensino de japonês no estado. “Nós temos hoje 87
empresas no Distrito Industrial, que têm origem ligada ao Japão. Há muitas
pessoas vindas de fora que ocupam cargos. Formar os amazonenses para que possam
participar é muito importante para o futuro do estado.
A escola vai contar com cinco professores de japonês, entre
eles uma nativa, e um currículo diferenciado por causa do ensino bilíngue. A
iniciativa vai ser desenvolvida em parceria com a Associação Nipo-Brasileira da
Amazônia Ocidental (Nipaku) e com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
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