ONU critica empresas e governo por crime ambiental em Minas

A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um comunicado, três semanas após o rompimento das barragens em Mariana (MG), que resultou no vazamento de bilhões de litros de lama no Rio Doce

A lama tóxica já chegou ao oceano após impactar o Rio Doce (Fred Loureiro/Secom-ES)
A lama tóxica já chegou ao oceano após impactar o Rio Doce (Fred Loureiro/Secom-ES)

A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um comunicado, três semanas após o rompimento das barragens em Mariana (MG), que resultou no vazamento de bilhões de litros de lama no Rio Doce, em que critica duramente as mineradoras Samarco, Vale e BHP, além do Governo Federal, pela resposta considerada “inaceitável” ao desastre. O documento reprova principalmente a demora das autoridades a divulgar informações sobre os rejeitos liberados na região e os riscos de contaminação.

O comunicado assinado pelo relator especial para assuntos de Direitos Humanos e Meio Ambiente, John Knox, e pelo relator para Direitos Humanos e Substâncias Tóxicas, Baskut Tuncak, aponta que as providências tomadas pelo governo brasileiro, pela Vale e pela BHP, que controlam a Samarco, para prevenir danos foram claramente insuficientes. “As empresas e o governo deveriam estar fazendo tudo que podem para prevenir mais problemas, o que inclui a exposição a metais pesados e substâncias tóxicas. Este não é o momento para posturas defensivas”, afirmam os especialistas.

Apesar das declarações da presidente Dilma Rousseff de que o governo não tem sido negligente no caso, a ONU considera que as autoridades brasileiras precisam discutir se a legislação para a atividade mineradora é consistente com os padrões internacionais de direitos humanos, incluindo o direito à informação. “O Estado tem a obrigação de gerar, atualizar e disseminar informações sobre o impacto ambiental e presença de substâncias nocivas, ao passo que empresas têm a responsabilidade de respeitar os direitos humanos”, defende o texto.

As companhias ainda não se manifestaram publicamente sobre o documento da ONU.

 

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