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O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, disse hoje
(8) que, diante da previsão de orçamento deficitária, os investimentos em áreas
como saúde, educação e habitação em 2016 dependerão da arrecadação e podem
sofrer impactos com a perda de receitas. Entre os programas atingidos, estão o
Minha Casa, Minha Vida, que tem o lançamento da terceira fase marcado para esta
semana.
“Na parte de investimento, será importante olharmos de
acordo com a arrecadação e com o que está programado de investimentos. Os programas
da área de investimentos físicos, que envolvem educação, saúde e habitação são
programas que evidentemente não podem ser feitos sem o alinhamento total com a
programação orçamentária”, disse o ministro, após ressaltar que programas
sociais como o Bolsa Família estão “absolutamente preservados”. Berzoini deu
entrevista depois da reunião de coordenação política, comandada pela presidenta
Dilma Rousseff.
O lançamento da terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida
está previsto para quinta-feira (10). Segundo Berzoini, não há expectativa de
adiamento do anúncio. “É um programa de grande impacto social e orçamentário e
a Fase 3 certamente vai ser a continuidade, evidentemente ajustada à
disponibilidade orçamentária. Não creio que haja nenhum adiamento, mas há
simplesmente essa fase final de alinhamento do programa com o orçamento da
União.”
O ministro defendeu a estratégia do governo que enviou ao
Congresso Nacional, na semana passada, a proposta orçamentária para 2016 com
previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões, mas disse que o Palácio do Planalto
está buscando alternativas para reverter a previsão deficitária.
“É preciso reposicionar todas as estratégias do governo para
enfrentar essa situação econômica relevante”. Segundo Berzoini, o governo está
aberto ao diálogo para chegar a alternativas para o déficit. “É posição do
governo perseguir o superávit fiscal. Não vamos abrir mão de buscar
alternativas, acreditamos que há alternativas de baixo impacto na inflação e na
atividade produtiva e que é possível construir isso no diálogo”, destacou.
A discussão sobre a tramitação da proposta orçamentária para
2016 no Congresso foi o principal tema da reunião de hoje entre Dilma, dez
ministros e líderes do governo na Câmara dos Deputados, no Senado e no
Congresso Nacional. Além de negociar alternativas para reverter a previsão de
déficit, Berzoini disse que o governo está preocupado em evitar a aprovação de
propostas que aumentem despesas da União.
Também participaram da reunião de coordenação política os
ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante; da Ciência, Tecnologia e Inovação,
Aldo Rebelo; da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha; da Secretaria de
Comunicação Social, Edinho Silva; de Minas e Energia, Eduardo Braga; das
Cidades, Gilberto Kassab; da Defesa, Jaques Wagner; da Justiça, José Eduardo
Cardozo; e do Planejamento, Nelson Barbosa; além dos líderes do governo na
Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS); e no
Congresso, senador José Pimentel (PT-CE).
O vice-presidente Michel Temer, que sempre participa das
reuniões de coordenação política, não veio ao Palácio do Planalto nesta manhã
justificando problemas pessoais.
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