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A organização não governamental Greenpeace criticou hoje
(30) os termos do compromisso assumido pelo governo brasileiro, em acordo
bilateral com os Estados Unidos, para acabar com o desmatamento ilegal de
florestas e mitigar as causas das mudanças no clima. O documento informa que o
Brasil pretende restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até
2030. Não foi definido, no entanto, um prazo para zerar o desmatamento.
“É inaceitável que o compromisso mais ambicioso que Dilma assume
para proteção das florestas e combate às mudanças climáticas seja tentar
cumprir a lei. Mas foi exatamente isso o que ela fez em aguardada reunião com
[o presidente Barack] Obama hoje (30) pela manhã, em Washington (EUA): prometeu
fazer o possível para combater o desmatamento ilegal no Brasil, sem dar prazo
ou garantia concreta”, diz a nota do Greenpeace.
“Dilma também prometeu restaurar e reflorestar 12 milhões de
hectares de florestas até 2030, mas isso é cerca de metade do exigido pelo
atual Código Florestal para zerar nosso passivo ambiental”, acrescenta a nota.
Para o Greenpeace, o governo brasileiro, em vez de defender
o desmatamento zero, propõe desmatamento ilegal zero ou o desmatamento líquido
zero, o que abriria grande margem aos desmatadores. Enquanto dezenas de
governos se comprometeram a zerar suas perdas florestais até 2030, como consta
na Declaração de Nova York sobre Florestas, no ano passado – que o governo
brasileiro se recusou a assinar –, a ONG ressalta ser "vergonhoso que o nível
do debate e do compromisso no país ainda sejam tão baixos”.
No acordo assinado hoje pelos dois países, os presidentes
destacaram que vão trabalhar em cooperação na geração de energia nuclear segura
e sustentável, além de reconhecer a necessidade de acelerar o emprego de
energia renovável para ajudar a mover as economias. Os países propuseram a
adoção de “ações ambiciosas”, no sentido de atingir, individualmente, 20% de
participação de fontes renováveis em suas respectivas matrizes elétricas, até
2030 – além, naturalmente, da geração hidráulica.
“[O governo brasileiro] na verdade, poderia alcançar pouco
mais que o dobro disso, segundo dados do Observatório do Clima”, ressalta o
Greenpeace. A nota do Greenpeace menciona ainda o "assustador anúncio de
uma cooperação nuclear para compartilhar tecnologias de geração ‘seguras e
sustentáveis’ entre os dois países”.
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