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A arroba do boi registrou o maior valor dos últimos dois anos: R$150. Bom para o pecuarista, porém ruim para o consumidor. Enquanto a dona de casa busca substituir a carne vermelha por outros produtos, no campo, os criadores de gado tentam aumentar o rebanho. As informações são do portal G1/TV Tem.
Na fazenda do senhor Alfredo Ferreira Neves Filho, a área
destinada à pastagem já ficou pequena para os planos do pecuarista. Com a alta
na arroba do boi, ele já pensa em usar os 80 hectares onde estão plantados
grãos para aumentar a criação de gado. “Estamos reformando as pastagens com a
agricultura e estaremos fazendo um rotacionamento de boi nessa fazenda e vamos
trabalhar com cerca de 450 animais de porte. Então vamos fazendo um rodizio,
para sempre ter uma produção de boi para o abate”, explica o pecuarista.
O período é de otimismo pra quem está no setor. O preço da arroba do boi
atingiu o maior valor dos últimos dois anos e chegou a casa dos R$ 150, de
acordo com o indicador Cepea, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada.
O pecuarista Carlos Mestriner afirma que o momento é de comemorar. “A
rentabilidade que às vezes estão retribuindo ao pecuarista, ela não é tanto
quanto parece porque nós temos os custos elevadíssimos e isso tem prejudicado
para nós que fechamos um ciclo por completo, ou seja, produzimos nossos
bezerros e levamos até o abate, esse impacto tem sido menor e podemos comemorar
por ter uma rentabilidade melhor”, informa Mestriner.
Segundo o consultor
de mercado João Campo, o aumento no preço está relacionado ao valor do dólar e
ao crescimento das exportações para países como China, Rússia e Índia. “A
arroba brasileira em dólar está barata e completamente favorável, aumentando a
demanda externa de carne e carcaça brasileira. Isso está ajudando a manter
firme essa arroba neste patamar de R$ 150”, diz o consultor de mercado.
O presidente da Associação Brasileira de Agropecuária, Geraldo Perri Moraes,
diz que o preço da arroba deve se manter estável ou até mesmo subir mais nos
próximos meses. “Ao longo do ano esta situação irá persistir, podendo melhor
daqui há dois ou ate três meses que entra a seca e depois os confinamentos,
então terá uma oferta , mas não acredito que tenha espaço para quedas do boi”,
esclarece o presidente da Abrapec.
Outro fator que contribui para este cenário, é que muitos pecuaristas que
criavam vacas reprodutoras acabaram abatendo as matrizes. Com isso, a oferta de
bezerros diminuiu e consequentemente a quantidade de gado de corte no pasto
também. E o reflexo disso tudo aparece no balcão dos açougues e atinge
diretamente o bolso do consumidor que paga pela conta. De acordo com a
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado de são paulo a
carne vermelha ficou até 22 % mais cara.
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