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A 11ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã de
hoje (10) pela Polícia Federal, investiga a existência de um esquema criminoso
de fraude em contratos de publicidade do Ministério da Saúde e da Caixa
Econômica Federal. Segundo a PF, as novas investigações revelam que o deputado
cassado André Vargas (sem partido-PR) é suspeito de receber propina da agência
de publicidade Borghierh Lowe Propaganda e Marketing Ltda., responsável pelas
contas publicitárias do banco estatal e do Ministério da Saúde.
André Vargas foi um dos sete presos hoje pela PF. Além
disso, a Justiça Federal no Paraná decretou o sequestro de uma casa do
ex-deputado em Londrina (PR). Além do ex-petista, foram presos preventivamente
os também os ex-deputados federais Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE) –
condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Foram levados ainda para a
Superintendência da PF, em Curitiba, Leon Vargas, irmão de André Vargas, Ivan
Vernon da Silva Torres, Elia Santos da Hora (secretária de Argôlo) e Ricardo
Hoffmann, diretor da agência Borghierh Lowe Propaganda.
“Em síntese, a agência de publicidade Borghierh Lowe
Propaganda e Marketing Ltda teria contratado serviços das empresas E-noise,
Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes para a realização de serviços de
publicidade para as referidas entidades públicas [Caixa e Ministério da Saúde],
e as orientado a realizar pagamentos de comissões de bônus de volume nas contas
das empresas Limiar e LSI controladas por André Vargas e seus irmãos”, informa
trecho do despacho do juiz federal 13ª Vara Federal de Curitiba Sérgio Moro,
responsável pelos processos decorrentes da Lava jato.
Deflagrada em março do ano passado para investigar um
esquema de corrupção em contratos da Petrobras envolvendo as maiores
empreiteiras do país, além de partidos e agentes políticos, o Ministério
Público Federal e a Polícia Federal passam, agora, a investigar esquemas
criminosos em contratos em outros órgãos públicos sem relação direta com a
estatal de petróleo. “A partir de agora, os contratos de publicidade passam a
ser um dos focos de investigação da Lava Jato”, disse o delegado federal Márcio
Anselmo.
Presos hoje, os ex-deputados federais Luiz Argôlo e Pedro
Corrêa são suspeitos de receber propina do doleiro Alberto Youssef oriunda de
fraude em contratos da Petrobras. Argôlo também é apontado pelo MPF e pela PF
como sócio de Youssef. O ex-parlamentar baiano foi citado no ano passado, mas,
como tinha foro privilegiado, as investigações foram interrompidas e retomadas
após ele deixar o Congresso.
O Ministério da Saúde informou que divulgará uma nota sobre
o assunto. A Caixa disse que abrirá apuração interna para averiguar os fatos e
que encaminhará imediatamente todos os contratos relacionados às empresas
citadas à Controladoria-Geral da União, Polícia Federal e ao Ministério
Público. A empresa de publicidade Borghierh Lowe Propaganda e Marketing Ltda.
não atendeu às ligações da Agência Brasil.
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