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Embora 93% da população da Região Sudeste soubessem, em
2013, que a camisinha é a melhor forma de prevenir as doenças sexualmente
transmissíveis, 46% da população sexualmente ativa da região não usaram o
preservativo em todas as relações sexuais nos 12 meses anteriores, revela a
Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira. Foram
ouvidas 12 mil pessoas de 15 a 64 anos, em todo o país.
O índice de pessoas que, no Brasil, usaram camisinha em
todas as relações sexuais, segundo a pesquisa, subiu de 48% para 54% entre 2004
e 2013. Os dados mostram que 94% da população sabem que o preservativo é a
melhor forma de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST). A
pesquisa levou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a afirmar que é preciso
fazer campanhas de testagem para combater a epidemia de HIV.
Para o ministro, que participou hoje da divulgação da
campanha contra DST/aids no Rio de Janeiro, esse quadro mostra que o combate à
epidemia não pode se restringir a estimular o uso da camisinha: "Para a
mudança de comportamento, não basta ter informação. Não vamos desistir de
trabalhar intensamente o uso do preservativo e da camisinha, tanto masculina
como feminina. Mas não podemos olhar esses dados da pesquisa nacional e dos
pesquisadores das universidades e ONGs [organizações não governamentais] e
continuar insistindo que só a camisinha dá conta de enfrentar a epidemia de
aids", disse Chioro.
Para reforçar o combate à doença, o ministro da Saúde
defendeu campanhas de testagem, para que pessoas já soropositivas descubram que
têm o vírus e iniciem imediatamente o tratamento, que, se realizado
corretamente, pode fazer com que a presença do vírus seja reduzida a um patamar
em que deixa de ser transmissível.
A cantora Preta Gil, que participou da divulgação da
campanha, disse que vê em muitos jovens certa indiferença pela doença.
"Para a geração nova, é como se a aids não existisse, é como se tivesse
desaparecido", resaltou, referindo-se a jovens que adotam comportamento de
risco, apesar de estarem informados sobre as formas de prevenção. Chioro
concordou e destacou que, além do comportamento de risco, aumentou o número de
parceiros sexuais ao longo da vida do brasileiro.
"O jovem de hoje não tem a mesma visão da dramaticidade
que foi a infecção por HIV na população. Não viu seus heróis e personalidades
públicas morrerem de aids e são beneficiários da luta e do tratamento. Ao mesmo
tempo, além de já não terem a mesma visão, adotam hábitos muito mais liberais
do ponto de vista dos parceiros sexuais. Não podemos desconhecer essa
realidade, que indica a necessidade de estender a estratégia", argumentou
o ministro.
De acordo com a pesquisa, de 2004 para 2013, subiu de 18%
para 49% o percentual de brasileiros que têm mais de dez parceiros sexuais ao
longo da vida. Segundo o ministro, o levantamento indica ainda que, na Região
Sudeste, o percentual chega a 70%, e cresce ainda mais se levada em conta
apenas a população mais jovem. A pesquisa completa será divulgada ao longo do
ano.
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