Calor causa mortes de galinhas em granjas; produção tem queda

As altas temperaturas e o clima seco voltaram a prejudicar as atividades de granjeiros da região. Criadores de Guararapes têm sofrido com a alta mortalidade de galinhas, desde o início do ano, devido ao calor. Em uma das granjas, o proprietário Marcos Tomazini, 52, afirma ter perdido cerca de 5% de suas 50 mil poedeiras em janeiro - o que equivale a 2,5 mil aves.  As informações são da Folha da Região de Araçatuba. 

  "Há quinze anos, nos dias mais quentes de calor, enfrentamos esse problema. Só que antigamente, o ciclo durava um ou dois dias, agora o calor intenso continua por mais tempo e as galinhas morrem por vários dias", conta. 

  Além das perdas, o clima quente fez a produção cair 15%. "No calor, em vez de produzir 95 caixas (de ovos) por dia, produzo 80 caixas". Para amenizar a situação, os animais recebem borrifadas de água, mas mesmo assim, algumas poedeiras não suportam o aquecimento. 

MAIS DE MIL
 Na última segunda-feira, o avicultor Milton Gomes de Lima, 59, também de Guararapes, encontrou 1,2 mil de suas 70 mil galinhas mortas. Na data, a temperatura atingiu o ápice de 39.7° C na região, registrado pela estação meteorológica de Valparaíso, a mais próxima de Guararapes, de acordo com informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). 

Ele conta que as mortes continuaram a ocorrer, mas que ainda não contabilizou o total desta semana. "Se continuar nesse ritmo, calculo que posso chegar a perder 20 mil galinhas até o final do verão", lamenta-se. Segundo o criador, se a previsão se concretizar, significaria um prejuízo de R$ 170 mil a 200 mil. 

O diretor-presidente da APA (Associação Paulista de Avicultura), Érico Pozzer, explica que embora as granjas sejam estruturadas para que as aves estejam em um ambiente confortável, o aumento da temperatura e a falta de chuvas em janeiro deste ano são anormais, o que resultou em perdas de animais em algumas regiões do Estado. "Com a temperatura acima de 30°C, as galinhas, animais que já têm a temperatura corporal alta, começam a ser afetadas e produzem menos. Se o calor se intensifica, podem chegar a óbito".