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A partir da tarde de hoje (31), as
pancadas de chuva deverão ser mais frequentes e abundantes em toda a Região
Sudeste, que sofre com níveis recordes de baixa nos reservatórios. Os períodos
de chuva devem se repetir todas as tardes, pelo menos, até segunda-feira (3).
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o sistema de alta
pressão atmosférica que mantém o ar mais quente e seco próximo à Terra vinha
bloqueando a entrada de frentes frias e a ocorrência de áreas de instabilidade
no país. Esse fenômeno impedia a formação de nuvens.
“Mas, já estamos notando esta alta pressão deslocada para o oceano, o que
promove episódios de convergência da umidade da Amazônia”, diz a meteorologista
do Inmet Helena Turon Balbino.
No entanto, a ocorrência de precipitações dentro da normalidade para o
período não será ainda suficiente para repor, de imediato, a água dos
principais mananciais de abastecimento da cidade de São Paulo e de municípios
vizinhos. O monitoramento diário feito pela Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (Sabesp), desde 2003, indica que o nível de armazenamento
do Cantareira nunca havia ficado tão baixo. O sistema é o mais importantes
entre os seis administrados pela Sabesp e atende ao consumo de 6,5 milhões de
pessoas.
Nos últimos 11 anos, sem considerar a situação atípica de 2014, em que
foi preciso usar a reserva técnica (água que fica abaixo da captação por
gravidade), o menor nível do Cantareira foi registrado em 2003 (5,4%). Já o quadro mais
confortável da captação disponível para a distribuição foi constatado em 2009,
quando o nível de água armazenada chegou a 80,7% da capacidade de operação do
sistema.
ESTIAGEM
O menor nível da reserva útil este ano chegou a 8,2%, em 16 de maio.
Naquele dia, em uma decisão do governo paulista para evitar um colapso no
abastecimento, entrou em operação o bombeamento da primeira cota da reserva
técnica, que ajudou a elevar o volume para 26,7%. Como a estiagem se
prolongou de forma drástica durante todo o inverno e começo da primavera com
temperaturas acima do normal para essas estações, no último dia 23, essa marca
já tinha recuado para 3%.
Desde o último dia 24, a Sabesp passou a informar apenas
o índice que engloba o volume da segunda cota da reserva técnica (com acréscimo
de 105 bilhões de litros), mas que ainda não está sendo bombeada. Isso fez com
que naquele dia o índice subisse para 13,6%. Hoje, o nível indica 12,4% ante
12,6 medido ontem (30).
Além da baixa na captação de água, o tempo seco tem afetado a vegetação em
torno das represa, por exemplo, a mata da Serra da Cantareira, existente
próximo à Barragem Paiva Castro, em Mairiporã. Parte das árvores e da vegetação
rasteira foi consumida por incêndios ou secou por falta de umidade.
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