Proliferação desordenada de mexilhão gera problemas no rio Tietê

Proliferação desordenada de mexilhão gera problemas no rio Tietê

Redes de peixes são invadidas e comprometem vida marinha (Foto: Reprodução / TV TEM)
Redes de peixes são invadidas e comprometem vida marinha (Foto: Reprodução / TV TEM)

A Justiça Federal de São Paulo deu um prazo de 90 dias para que a AES-Tietê, responsável pela usina hidrelétrica de Água Vermelha, no interior de São Paulo, apresente um plano emergencial para combater a proliferação do mexilhão dourado. O molusco não serve para o consumo humano e virou uma dor de cabeça para quem trabalha às margens do rio Tietê, na região noroeste paulista. As informações são do Portal G1/TV Tem.

 

O molusco foi trazido ao Brasil por navios cargueiros vindos da China e do sudoeste da Ásia. Como gruda nos cascos das embarcações, foi transportado com facilidade. O mexilhão dourado não tem inimigos naturais e como tem uma grande capacidade de incrustação e rápida taxa de reprodução, forma colônias que chegam a agrupar 40 mil por metro quadrado. “Nós já sabemos que o pico de reprodução dele é agora entre outubro e dezembro, que uma fêmea produz milhares de ovos, mas, como controlá-los? Essa é a chave da questão que infelizmente os biólogos e pesquisadores ainda não têm", comenta o biólogo Arif Cais.

 

Para criadores de tilápia do local, o cuidado tem que ser diário: eles grudam nas redes dos tanques e atrapalham o crescimento e o desenvolvimento dos peixes. "A sujeira não sai e principalmente a água com gás carbônico, que fica dentro de tanque e a água com o oxigênio fora do tanque. Não há essa troca de água e o peixe morre”, explica o veterinário Luiz Antônio Borges.

 

Por causa da proliferação desordenada e pelos danos que traz ao ecossistema, a procuradoria da república protocolou ação civil pública contra a concessionária responsável pela usina hidrelétrica da região. A justiça acatou e agora quer que a AES-Tietê e o Ibama adotem medidas emergenciais contra a proliferação do molusco. "O fato é que, com a omissão existente há anos, o mexilhão se proliferou. Mas, agora com a decisão judicial que obriga, de fato, a uma postura mais ativa dos órgãos ambientais, nós teremos um controle, ou pelo menos uma tentativa, de minimizar os prejuízos enormes já causados pelo mexilhão”, explica o procurador Thiago Lacerda Nobre.

 

A multa para o descumprimento é de R$ 1 mil por dia. Em nota, a AES-Tietê informou que irá recorrer da decisão e que realiza trabalhos preventivos de limpeza.

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