Seca no noroeste paulista afeta até lavouras resistentes à falta de chuva

Seca no noroeste paulista afeta até lavouras resistentes à falta de chuva

Plantação não cresceu por causa da falta de chuva no noroeste paulista (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Plantação não cresceu por causa da falta de chuva no noroeste paulista (Foto: Reprodução/ TV TEM)

A seca no noroeste paulista tem ganhado destaque na imprensa em todo o país. O nível dos reservatórios nas usinas hidrelétricas está muito abaixo do normal para este período do ano e a produção de energia só não está comprometida porque os reservatórios são interligados. Mas em Mira Estrela (SP), agricultores estão desesperados, já que nem mesmo as plantações mais resistentes têm conseguido se desenvolver sem chuva. As informações são do portal G1/TV Tem.

 

A crotalária, cultivada em 220 hectares, foi a saída que o produtor rural Osvaldo Vertuan encontrou para tentar reduzir o prejuízo que teve com a safra do milho. A seca que castiga a região afetou a produtividade. O agricultor, que esperava até 130 sacas do grão por hectare, colheu apenas 25. A colheita não deu nem para pagar os custos da lavoura. “A gente produziu de 13 a 15% do total que era para produzir. Ficamos no prejuízo, porque investimos muito mais que o financiamento, e o seguro paga apenas 50% do valor financiado”, afirma Osvaldo.

 

A estiagem prolongada começa a prejudicar até mesmo as plantações mais resistentes. Oswaldo diz que a crotalária já não está suportando a falta de chuva e as últimas sementes plantadas não cresceram. As que germinaram não se desenvolveram como era esperado. “Dá para ver que as flores saem, mas não vinga, por falta de umidade”, diz o produtor.

 

A seca também acabou com os 14 hectares de milho da propriedade do produtor Gaspar Vidal. Ele esperava colher duas mil sacas do grão e com o lucro pagar os R$ 23 mil, que ele financiou para investir na lavoura. Para não perder tudo, está fazendo silagem para o gado com o que conseguiu colher. “A única saída que tinha era essa, porque com o pé seco não ia resolver nada, então preferi cortar os pés verdes para fazer silagem e ver se paga as despesas”, afirma o produtor.

 

Na tentativa de conseguir quitar as dívidas, Gaspar plantou 12 hectares de sorgo, no final de março. A lavoura já está quase pronta para colher e a chuva ainda não veio. A colheita deve começar em uma semana. Apesar da falta de chuva, as perdas devem ser menores. Isso porque o sorgo é mais resistente à seca e, mesmo assim, em alguns pontos da lavoura, o reflexo da estiagem é visível. Algumas plantas não cresceram o suficiente para produzir. “Nessa lavoura, que tem uma semente diferenciada, estaria dando 70 sacas por hectare, agora com essa seca não vai dar nem 20 sacos”, afirma o engenheiro agrônomo Guilherme Cândido de Paula.

 

Quem trabalha com a terra e depende do clima para sobreviver está assustado. A esperança é que a chuva apareça logo para a vida voltar ao normal. “Toda a vida teve seca, mas a gente sempre colheu um pouco, mas uma seca dessas, eu nunca passei, de perder tudo o que foi plantado”, diz Gaspar.

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