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O
nível mais baixo da história nos reservatórios de água da região noroeste
paulista já provocou prejuízos milionários no transporte, por causa da
interrupção no trânsito de barcaças na hidrovia Tietê-Paraná, e existe a ameaça
de elevar os preços da energia elétrica. Mas os reflexos mais imediatos são
sentidos no agronegócio, principalmente com a agricultura irrigada e a
piscicultura, que calculam quebras recordes na produtividade. As informações são do portal G1/TV Tem.
A
falta de chuva baixou tanto o nível dos reservatórios, que os produtores rurais
e piscicultores estão sendo obrigados a fazer investimentos para chegar até a
água. O piscicultor Henrique Junqueira Novaes, de Ilha Solteira (SP), já teve
uma queda de 30% na sua produção de tilápia, por causa da seca. Situação mais
crítica desde a década de 1980. “Menos água representa menos produção, esse é
um fato no peixe, não tem como não ser assim. A situação chegou a um nível que,
nós não conseguíamos mais ter acesso ao peixe. Minha produção saiu de 50
toneladas mensais para 35 toneladas”, afirma Novaes.
Em
um dos trechos do rio São José dos Dourados, a água já baixou sete metros.
Tanques foram transferidos para o local há dois meses, mas antes eles estavam
na margem, onde o nível da água diminuiu tanto que eles tiveram que ser
removidos. Para mudar toda a estrutura é preciso um investimento de R$ 20 mil.
“Dependendo do nível que chegar a água, muitos produtores devem parar de
produzir peixe”, diz o piscicultor.
O
rio São José dos Dourados recebe a água das bacias Tietê e Paraná, interligadas
pelo canal de Pereira Barreto (SP), um dos maiores canais artificiais do mundo.
Os rios são responsáveis pelo abastecimento de duas usinas hidrelétricas da
região de Ilha Solteira. Com a estiagem e a baixa no volume das águas, o nível
do conjunto de reservatórios das hidrelétricas já é o mais baixo do país. “De
janeiro a junho o nível de chuvas foi menor, mas observa-se também que o volume
de chuva começou a ter um referencial menor desde outubro, novembro, dezembro,
e seguiu nesta direção”, afirma Fernando Braz Tangerino, professor responsável
pelo setor de hidráulica e irrigação da Unesp.
O
baixo nível dos reservatórios também afetou as plantações. Em uma fazenda, que
fica em Sud Mennucci (SP), já não há água suficiente nos lagos para irrigar
toda plantação de milho. Com isso a safra de 2014 foi prejudicada, uma queda de
30% na produção. São 450 hectares do grão, mas apenas um quarto da lavoura é
irrigada por dia, isso significa que a cada 3 dias, 100 hectares ficam secos.
“Se a irrigação tivesse a pleno vapor colheríamos 70 mil sacas de milho, com
certeza esse valor será reduzido para 50 mil”, diz Marcos Bertani, técnico de irrigação da fazenda.
O
lago que abastece a propriedade já recuou cinco metros. Para conseguir captar a
água, foi preciso extender as tubulações até as partes mais profundas do rio,
um custo de aproximadamente R$ 10 mil. Dificuldades que já afetaram a safra de
2015. “Sem água infelizmente 500 hectares não serão plantados”, finaliza
Bertani.
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