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Apesar
dos baixos níveis de reservatórios das hidrelétricas brasileiras e da economia
voluntária feita pelos consumidores, o governo federal continua descartando o
racionamento de energia. Hoje (29), o secretário de Desenvolvimento Energético
do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, disse que o estoque é
suficiente para passar pelo período de seca e chegar até as próximas chuvas.
Ao
chegar à Universidade Federal do Rio de Janeiro para uma palestra sobre energia
sustentável, ele informou que todas as análises feitas pelo setor indicam que é
possível atender à demanda até 2015, mesmo que até o fim do período de seca, em
novembro, os reservatórios fiquem mais vazios.
"As
análises das vazões hidrológicas dos últimos 82 anos indicam que podemos
atender à carga prevista até o fim da seca, em novembro, com um armazenamento,
no final, que chegaria a valores mínimos, mas valores possíveis de serem
operados dentro dos critérios adotados no setor elétrico", disse o
secretário. A previsão dele é que, se não chover, o armazenamento ficará na
faixa de 15%.
"Não
existe no momento, nenhuma atitude voltada seja para o racionamento ou para a
racionalização da carga", reforçou Altino Ventura Filho.
No
momento em que o Operador Nacional do Sistema (ONS) estima que em abril os
reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste vão atingir o valor mais baixo desde
o racionamento de 2001, chegando a 38,1% da capacidade, a opção por descartar o
racionamento significa complementar a oferta com as usinas térmicas,
acrescentou o secretário, que são a modalidade mais cara e mais poluente de
geração de energia no país.
Ele
acredita, no entanto, que a conscientização sobre os custos da energia e os
impactos ambientais gerados pela ampliação da oferta, como a construção de
novas usinas, podem estimular a economia. "É evidente que caso a sociedade
queira contribuir espontaneamente, independentemente do momento atual, é desejável
que use a energia com eficiência", concluiu.
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