O
presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse
que não está “alarmado” pelo fato de o país enfrentar uma das piores situações
hidrológicas dos últimos 80 anos. Segundo ele, os investimentos feitos nos
últimos anos proporcionaram ao país uma situação estrutural que permite ao
sistema elétrico superar a baixa registrada nos reservatórios. Ele destacou que
a situação é distinta da de 2001, ano em que o país teve de fazer
racionamento energético para evitar desabastecimento. "Entre 2001 e 2013,
a demanda por energia elétrica aumentou 51%, enquanto a capacidade de geração
das usinas aumentou 73%, o que dá uma margem de segurança para o setor",
destacou Tolmasquim, ao participar hoje (12) de audiência pública no Senado.
Presidente
do Instituto Acende Brasil, Cláudio Salles, disse que, diferentemente daquela
época, o país tem atualmente um parque termelétrico “muito mais robusto”. Ele
pondera que as regiões Sudeste e Centro-Oeste, apesar de serem responsáveis por
70% da capacidade de geração de energia no país, apresentam um nível de
armazenamento de 35% – bastante semelhante ao registrado em 2001 e preocupante,
de acordo com ele. Salles acrescentou que, em meio a esse cenário, as
distribuidoras, que têm no portfólio grande participação de termelétricas,
estão sendo muito afetadas pelo problema.
“[Para
evitar problemas], precisamos comunicar as reais condições do sistema de forma
precisa, didática e clara; formar indicadores que facilitem o acompanhamento da
situação do sistema; promover a conservação e racionalização do consumo;
preparar um programa de racionalização do consumo”, disse.
O
diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp,
disse que, nas simulações de clima e vazão de rios feitas pela entidade, não
foi identificado risco de desabastecimento de energia em 2014. Ele informou que
os problemas climáticos que estavam causado problemas nas usinas no Sudeste e
Centro-Oeste têm melhorado desde a segunda metade de fevereiro.