Continua após os destaques >>
Com
orçamento cada vez mais apertado, algumas Santas Casas do noroeste paulista
encontram no corte de serviços a solução para não fechar as portas. Agora um
pacote de ajuda criado pelo Ministério da Saúde e outro lançado nesta
quarta-feira (11) pelo governo do estado podem ser o fôlego que as Santas Casas
precisam. As informações são do portal G1/TV
Tem.
Para
se ter uma ideia, em três hospitais da região noroeste paulista, de cidades
pequenas, a divida passa dos R$ 5 milhões. Quem mais sofre com o problema são
os pacientes que dependem desse atendimento.
Na
maioria das Santas Casa, as salas de espera estão lotadas e até nos corredores
do hospital não há mais espaço para acomodar pacientes. No setor de exames e
consultas da Santa Casa de José Bonifácio (SP). A dona de casa Elizabete
Monteiro levou a filha para fazer um raio-x e reclama da demora no atendimento.
“Quando ela quebrou o pé, ficamos quatro
horas na Santa Casa para sermos atendidas, é muito tempo para um paciente”,
afirma a dona de casa.
No
pronto-socorro faltam equipamentos e as condições do prédio são precárias. O
hospital é o único da cidade, que tem 35 mil moradores, mas também recebe
pacientes de municípios vizinhos. São aproximadamente 5.500 mil atendimentos
por mês, 80% pelo SUS.
Segundo
a administração, os recursos públicos são insuficientes para pagar as despesas.
A dívida já gira em torno de R$ 1,2 milhão. “Nós, com os movimentos das Santas
Casa, levantamos o custo de procedimento e o SUS paga 65% do custo do procedimento.
E, com isso, se não tem um lugar adequado para atendimento, número de
funcionários adequados, é claro que o paciente sente esta dificuldade”, diz
André Capobianco, provedor da Santa Casa.
Um
pacote lançado pelo Ministério da Saúde pretende ajudar às Santas Casas, que
estão em crise financeira. Pelo menos 20 hospitais da região serão
beneficiados. O programa prevê o parcelamento de dívidas tributárias, a
facilidade para renovação de certificado de filantropia e o pagamento de
incentivos.
José
Bonifácio, por exemplo, deve receber R$ 152 mil até o final do ano. Já Olímpia
(SP) vai ganhar cerca de R$ 350 mil e a unidade possui uma dívida de R$ 1,8
milhão e sofre com a falta estrutura. Para manter a UTI, recebe R$ 14 mil por
mês do SUS, sendo que gasto só com o salário dos médicos chega a R$ 40 mil.
Em
Nova Granada (SP), a Santa Casa também enfrenta dificuldades. O hospital possui
42 leitos, mas apenas seis estão ocupados. A maioria dos quartos está vazia não
por falta de pacientes, mas porque não há médicos para acompanhar as
internações. A instituição não consegue contratar profissionais para atender
pelo Sistema Único de Saúde. “Nós não temos recursos para a contrapartida que
eles querem pelo serviço, e o que vendemos de serviço para o governo é muito
pouco”, diz Neuza Silva, diretora do departamento jurídico.
O
hospital não possui setor de urgência e emergência e as cirurgias são
realizadas apenas pelo convênio. O incentivo no valor de quase R$ 480 mil virá
em boa hora, hoje as dívidas trabalhistas, ultrapassam R$ 2 milhões. A
Secretaria de Saúde diz que as unidades básicas e pronto-socorro do município
estão sobrecarregados, com funcionamento precário do hospital. “A gente tem
todo equipamento para ter um atendimento excelente no hospital, mas não temos e
é muito triste”, diz a secretária Lilian Fructuoso.
Os
pacientes de Nova Granada, como outros de cidades da região, precisam ser
transferidos para São José do Rio Preto (SP). O Ministério da Saúde informou
que os reajustes nos repasses do SUS são feitos de acordo com a necessidade. O
pacote do governo do estado prevê R$ 68 milhões para as Santas Casas do
noroeste paulista, no ano que vem.
Destaques >>
Leia mais notícias em andravirtual
Curta nossa página no Facebook
Siga no Instagram