Crimes contra mulheres aumentam mais de 80% em Araçatuba

Violência

Mulher foi torturada e espancada pelo marido em Araçatuba (Foto: Reprodução / TV Tem)
Mulher foi torturada e espancada pelo marido em Araçatuba (Foto: Reprodução / TV Tem)

Quase 10 anos depois da Lei Maria da Penha entrar em vigor, os números da violência contra a mulher continuam altos. Algumas histórias impressionam pela crueldade dos companheiros. Em Araçatuba (SP), uma mulher chegou a ser torturada pelo marido, que está preso. As informações são do portal G1/TV Tem. 

 

Em Araçatuba, no primeiro semestre de 2012, 123 mulheres foram vítimas de violência doméstica. Já no mesmo período deste ano, 228 registraram a ocorrência. Um aumento de 83%. São casos de agressões físicas e psicológicas. Uma mulher, que preferiu não se identificar, é humilhada pelo marido há 22 anos. Ela tentou tirar a própria vida. “É muito ciúme, falta de confiança o que mais quero eu não tenho, que é minha liberdade”, afirma.

 

Mas apesar das estatísticas continuarem elevadas, especialistas acreditam que a lei foi um avanço, principalmente na hora de punir os agressores. Porém, os casos ainda continuam a marcar as mulher. “Com tudo o que você imaginar eu já apanhei, com fio, ferro, já quebrou cabo de enxada, cabos de vassoura em mim, facada na perna. É uma situação horrível”, afirma uma mulher violentada, que não quer se identificar.

 

Ela foi agredida pelo marido durante cinco anos. Fotos foram tiradas depois do último espancamento e as marcas estão por todo corpo da mulher, de 22 anos. Cicatrizes deixadas por golpes com faca, tesoura e até tijoladas. Ela chegava a denunciar, mas tinha medo das ameaças. “Ele me obrigou a tirar a queixa por ameaça”, diz.

 

A realidade desta jovem revela um dado preocupante: A lei Maria da Penha não tem sido suficiente para reduzir a violência contra a mulher. Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA, mostra os números. Entre 2001 e 2011, cerca de 50 mil mulheres foram mortas vítimas de parceiros ou ex-parceiros no Brasil. Quase metade dos casos, depois da criação da lei, em 2006.

 

Ela é uma das 38 mulheres que recebem acompanhamento no Centro de Referência à Mulher de Araçatuba. No local, as vítimas recebem apoio jurídico, assistencial e psicológico. “O primeiro passo é o acolhimento com as assistentes sociais, depois se houver necessidade, ela é encaminhada aos psicólogos  e ao jurídico”, diz a advogada do centro Simone Shinzato.

 

A delegada Luciana Pistori explica que apesar de a Lei Maria da Penha não ser suficiente para inibir a  violência à mulheres, ela trouxe mudanças importantes na hora de punir o agressor. Além disso, as vítimas podem recorrer  aos benefícios que a lei oferece, como a medida protetiva. “Vai desde o afastamento do lar, afastamento da mulher, dos filhos e se ele não cumprir, pode ser preso preventivamente”, diz a delegada.

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