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Quase
10 anos depois da Lei Maria da Penha entrar em vigor, os números da violência
contra a mulher continuam altos. Algumas histórias impressionam pela crueldade
dos companheiros. Em Araçatuba (SP), uma mulher chegou a ser torturada pelo
marido, que está preso. As informações são do portal G1/TV Tem.
Em
Araçatuba, no primeiro semestre de 2012, 123 mulheres foram vítimas de
violência doméstica. Já no mesmo período deste ano, 228 registraram a
ocorrência. Um aumento de 83%. São casos de agressões físicas e psicológicas.
Uma mulher, que preferiu não se identificar, é humilhada pelo marido há 22
anos. Ela tentou tirar a própria vida. “É muito ciúme, falta de confiança o que
mais quero eu não tenho, que é minha liberdade”, afirma.
Mas
apesar das estatísticas continuarem elevadas, especialistas acreditam que a lei
foi um avanço, principalmente na hora de punir os agressores. Porém, os casos
ainda continuam a marcar as mulher. “Com tudo o que você imaginar eu já
apanhei, com fio, ferro, já quebrou cabo de enxada, cabos de vassoura em mim,
facada na perna. É uma situação horrível”, afirma uma mulher violentada, que
não quer se identificar.
Ela
foi agredida pelo marido durante cinco anos. Fotos foram tiradas depois do
último espancamento e as marcas estão por todo corpo da mulher, de 22 anos.
Cicatrizes deixadas por golpes com faca, tesoura e até tijoladas. Ela chegava a
denunciar, mas tinha medo das ameaças. “Ele me obrigou a tirar a queixa por
ameaça”, diz.
A
realidade desta jovem revela um dado preocupante: A lei Maria da Penha não tem
sido suficiente para reduzir a violência contra a mulher. Um estudo feito pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA, mostra os números. Entre 2001
e 2011, cerca de 50 mil mulheres foram mortas vítimas de parceiros ou
ex-parceiros no Brasil. Quase metade dos casos, depois da criação da lei, em
2006.
Ela
é uma das 38 mulheres que recebem acompanhamento no Centro de Referência à
Mulher de Araçatuba. No local, as vítimas recebem apoio jurídico, assistencial
e psicológico. “O primeiro passo é o acolhimento com as assistentes sociais,
depois se houver necessidade, ela é encaminhada aos psicólogos e ao
jurídico”, diz a advogada do centro Simone Shinzato.
A
delegada Luciana Pistori explica que apesar de a Lei Maria da Penha não ser
suficiente para inibir a violência à mulheres, ela trouxe mudanças
importantes na hora de punir o agressor. Além disso, as vítimas podem
recorrer aos benefícios que a lei oferece, como a medida protetiva. “Vai
desde o afastamento do lar, afastamento da mulher, dos filhos e se ele não
cumprir, pode ser preso preventivamente”, diz a delegada.
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