Quase
48 horas após ter a cidade parcialmente devastada pela passagem de um tornado,
a população de Taquarituba ainda tenta se recuperar do susto. O fenômeno
ocorrido na tarde do último domingo fez dois mortos e deixou 64 feridos, além
de destruir casas e prédios comerciais. O município tem pouco mais de 23 mil
habitantes e está localizado no sudoeste do estado, a cerca de 320 quilômetros
da capital paulista.
De
acordo com o secretário de Obras e da Defesa Civil do município, Laércio
Gonçalves, técnicos da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) trabalham na
tentativa de conseguir restabelecer, completamente, o fornecimento de energia.
Das 2,2 mil casas que ficaram sem luz, segundo a CPFL, 435 clientes ainda não
podiam contar com esse serviço até o início da tarde de hoje. Houve danos
também ao sistema de telefonia, mas a comunicação já voltou ao normal.
Por
meio de nota, a empresa informou que mantém uma força-tarefa em Taquarituba com
cinco equipes atuando no restabelecimento de energia nos bairros. Além disso,
mais 16 equipes trabalham para recuperar três quilômetros de rede e cerca de 20
postes derrubados. Para ajudar nessa tarefa, foram solicitados apoio de
funcionários das unidades de outros municípios.
A
prioridade das equipes da Defesa Civil da cidade e do estado é averiguar os
abalos na estrutura das casas afetadas. A estimativa é que 600 casas tenham
sofrido algum tipo de problema. A forte ventania em movimentos circulares
destruiu a maioria dos telhados das residências de sete bairros, entre eles
Santa Virgínia, Parque São Roque e Jardim Dona Carmélia.
Segundo
o secretário de Obras, na área industrial, houve perda total. Dois caminhões
com donativos entre roupas, calçados, artigos de higiene e alimentos chegaram à
cidade.
Durante
as vistorias na manhã de hoje (24), mais duas famílias tiveram as casas
condenadas e foram encaminhadas para abrigo no Ginásio de Esportes da Vila São
Vicente, onde já estavam oito desabrigados. A grande maioria dos moradores
afetados foi para a casa de parentes.
Muitos
moradores também se apressaram nos reparos dos imóveis, com medo de saques.
Além disso, como o tempo permanece chuvoso no local, aumentam as chances de
perdas de móveis e outros objetos das residências descobertas. Desde ontem, tem
sido grande a procura por materiais de construção, principalmente telhas, tanto
de cerâmica quanto as de fibrocimento.
Em
uma das lojas, a Kaito Materiais para Construção, o estoque, praticamente,
esgotou, segundo o gerente do estabelecimento, Alexsandro Murijo, de 45 anos.
“Em cima da hora, fica difícil atender a todos, mas encomendamos uma carga
fechada de 20 mil telhas para repor o estoque e atender aos clientes”.
Na
Incospel Comércio de Materiais de Construção, em apenas um dia, foi necessário
mandar buscar três caminhões de telhas de barro na cidade Ourinhos, distante
cerca de 150 quilômetros, relatou Rodrigo Fonseca, de 36 anos, responsável pela
expedição de mercadorias. Outro carregamento de grande demanda foi o de telhas
de fibrocimento, cujo fornecedor fica na região de Campinas. De lá, chegaram 27
toneladas do produto.