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Aos
14 anos, João Gomiero trocou a pequena Uru, no interior paulista, pela cidade
de São Paulo. A família enfrentava dificuldade e decidiu apostar na mudança
para a capital na tentativa de se erguer financeiramente. A partir dos 17 anos,
o rapaz começou a trabalhar como office-boy para ajudar no orçamento. Hoje, aos
72 anos, administra a Ferri, uma das maiores empresas de panificação do Brasil.
Por mês, a empresa fatura em média R$ 5,4 milhões. As informações são do portal IG.
Gomiero
começou no mercado de trabalho fazendo cobranças e entregas em uma empresa de
panificação. Um dia ele foi chamado para fazer a venda de uma máquina no
interior. Para a surpresa dos líderes, voltou não só com aquele pedido fechado,
mas dois adicionais. Foi promovido a vendedor no mesmo dia.
“Comecei
ganhando um salário mínimo [atualmente R$ 678] e passei a receber o equivalente
a R$ 30 mil por conta das comissões”, recorda.
Em
1969, já estabilizado financeiramente, Gomiero iniciou sua trajetória
empreendedora com a Superfecta Bandeirante, empresa do ramo de panificação que
abriu com um antigo colega de trabalho.
O
negócio acabou fechando 28 anos depois devido a desentendimentos entre os
sócios. A persistência do empresário, contudo, fez com ele tentasse empreender
novamente, desta vez com seu filho e seu genro, na Ferri.
A
primeira fábrica foi inaugurada em 1997, na Vila Prudente, em São Paulo. Hoje,
a empresa já possui três unidades de produção localizadas nas proximidades do
escritório. Com o crescimento do negócio, Gomiero planeja a expansão física da
companhia.
“Estamos
procurando terrenos em Atibaia [interior de São Paulo] para construir uma
fábrica grande. Atualmente, temos três unidades pequenas, totalizando 3 mil
metros quadrados, o que dificulta a expansão da produção”, justifica o
administrador.
Com
85 funcionários, a empresa produz 80 fornos e 200 máquinas por mês e vende as
unidades por um valor médio de R$ 30 mil e R$ 15 mil, respectivamente, — o que
totaliza um faturamento médio de R$ 5,4 milhões ao mês. A empresa também
exporta para Chile, Paraguai e Estados Unidos.
“Visitei
muitas padarias estrangeiras quando era vendedor e cheguei a um produto único
aqui no Brasil: um forno pequeno com câmaras sobrepostas que permite assar
vários pães e ocupa pouco espaço na padaria [veja a foto acima]”, explica
Gomiero.
O
crescimento da Ferri está alinhado com a tendência do mercado. O setor de
panificação no Brasil cresceu 11,6% em 2012 e é responsável por 2% do Produto
Interno Bruto (PIB) nacional, de acordo com dados da Fipan, maior feira de
Panificação e Confeitaria da América Latina, evento do qual Gomiero participa
todo ano como expositor.
“É
um mercado que atende 55 milhões de clientes no Brasil. Em São Paulo, vendemos
15 milhões de pãezinhos diariamente”, afirma Antero José Pereira, presidente do
Sindicato e da Associação dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São
Paulo (Sampapão).
Para
Gomiero, apesar do bom momento do setor, seu passado como office-boy foi
definitivo para o sucesso da empresa. “Foi o meu primeiro emprego que me levou
à panificação e também foi com ele que fiz amizades essenciais para estruturar
o que eu tenho hoje”, orgulha-se o fundador da Ferri.
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