Bebê se recupera após passar 50 dias com gaze na barriga em Andradina

Bebê se recupera após passar 50 dias com gaze na barriga em Andradina

Reportagem do portal G1. Foto: Reprodução/G1.com.br
Reportagem do portal G1. Foto: Reprodução/G1.com.br

Já está fora de perigo o bebê de seis meses que passou, segundo a família, quase 50 dias com gazes "esquecidas" na barriga em Andradina (SP). Mãe de primeira viagem e com uma gravidez problemática, a dona de casa Iandra Priscila Barbosa da Costa, de 26 anos, não imaginava que o início de vida de seu filho, Kaleby, que nasceu prematuro, seria tão conturbado. Ao nascer, ele passou por procedimento cirúrgico e, de acordo com os pais, três gazes foram esquecidos na barriga da criança, só descobertos após um vai e vem interminável a hospitais. “Ele ia morrer. Se ele ficasse mais dois dias em casa, acho que teria morrido de infecção”, afirma a mãe, que hoje respira aliviada pela recuperação do filho. As informações são do portal G1/TV Tem.

 

Kaleby nasceu em março, prematuro de sete meses. Após dois meses internado na Santa Casa de Araçatuba (SP) para ganhar peso, ele foi liberado. A mãe conta que, depois de 17 dias, com muitas dores, o recém-nascido foi internado na Santa Casa de Andradina para uma cirurgia de emergência por causa de uma hérnia de umbigo e escrotal. “Nós já desconfiamos da hérnia, mas depois da cirurgia, ele voltou para casa e ficou três dias sem evacuar. No quarto dia, ele começou a evacuar pela boca. Foi um desespero”, diz a mãe.

 

Por causa disso, Iandra levou o filho às pressas para um hospital particular em Araçatuba, onde foi constatado que o intestino de Kaleby estava obstruído. No hospital, ele foi internado na UTI, diagnosticado com anemia profunda e infecção generalizada. “Ele ficou um mês internado e depois de duas semanas, em casa, ele continuava chorando muito, fora do normal”, afirma o pai, Wanderson Thomaz Siqueira, de 24 anos.

 

Foi durante uma troca do curativo do bebê que uma amiga de Iandra reparou em pedaços de gaze saindo do umbigo do recém-nascido. Com a constatação, a dona de casa voltou ao hospital em Araçatuba, onde foi feita a retirada do corpo estranho. “Meu filho sofreu por meses, foi internado, passou por vários profissionais e ninguém viu as gazes. Isso mexeu muito com meu emocional. Espero Justiça com o meu bebê, porque ele sofreu muito e não quero que aconteça com outra pessoa”, diz a mãe.

Investigação

Depois do susto, a família do pequeno Kaleby registrou um boletim de ocorrência por "erro médico". O registro foi feito na Delegacia de Polícia de Andradina e um inquérito foi instaurado para investigar de quem é a falha. “Estamos investigando, primeiro, sobre a obstrução no intestino da criança, é preciso saber se foi causado na cirurgia ou se ele já nasceu com este problema, por ser prematuro”, afirma o delegado Marcelo da Silva Zompero.

 

O caso foi transferido para a Delegacia da Mulher em Andradina, que também cuida de casos contra menores e idosos. O delegado já ouviu o pai, a mãe e a avó da criança e intimou um dos médicos para depor.  “Pela lógica, uma gaze no interior do corpo de uma pessoa houve um erro médico, mas quem errou?  Estamos levantando todas as hipóteses. Ver se foi um erro culposo ou doloso, se esse erro causou lesão corporal, se a lesão foi grave e onde aconteceu a lesão, no hospital em Andradina ou Araçatuba”, afirma.

 

A polícia já solicitou aos hospitais os prontuários médicos e encaminhou o material recolhido até aqui para legistas, para avaliar o que pode ter acontecido. O possível crime, segundo o delegado, é de lesão corporal.

 

Em nota, a Santa Casa de Andradina diz que ficou sabendo do possível erro médico no hospital pela imprensa e que não foi notificado pela delegacia e nem recebeu a denúncia da família. A diretoria informou que determinou a instauração de processo de sindicância interna, para a apuração dos fatos, para depois ser encaminhado às autoridades competentes. “Vamos fazer todos os esforços para apurar se a irregularidade aconteceu neste hospital. Se aconteceu, vamos tomar as medidas cabíveis, afirma o diretor presidente da Santa Casa, Fábio Antônio Óbici.

 

Também em nota, o hospital particular de Araçatuba disse que, como o assunto envolve procedimentos médicos, levantamento de prontuário e outros profissionais, o hospital tem um protocolo a seguir antes de passar as informações.

 

O G1 Rio Preto e Araçatuba procurou o médico de Andradina que teria feito a primeira cirurgia, mas ele não foi encontrado para dar esclarecimentos sobre o caso.

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