A
Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, informou
hoje (31) que três indústrias de laticínios protocolaram, nesta semana, no
Ministério da Justiça, campanhas de recall para recolhimento de mais
de 900 mil litros de leite adulterado.
A
campanha da empresa Goiasminas, responsável pelo leite Italac, abrange 774 mil
unidades de leite integral e desnatado. Serão recolhidos os produtos dos lotes
que vão do L 05 KM3 ao L 23 KM1, fabricados entre 30 de outubro de 2012 e 9 de
novembro de 2012 e válidos até 8 de abril deste ano.
A
empresa Vonpar Alimentos, responsável pelo leite Mumu, informou que fazem parte
da campanha quase 150 mil litros dos lotes 3ARC, 1AJL e 1CPF, fabricados nos
dias 18 de janeiro e 19 e 20 de fevereiro deste ano.
Já
a campanha da Líder Alimentos do Brasil abrange o lote TAP1MB, fabricado em 17
de dezembro de 2012, mas, em nota, a empresa informou que todo o lote foi
recolhido.
As
responsáveis pelas marcas Mumu e Líder admitiram ao Ministério da Justiça que
houve adição de ureia ao produto.
A
Operação Leite Compen$ado, deflagrada pelo Ministério Público do Rio Grande do
Sul (MP-RS) em parceria com o Ministério da Agricultura no começo de maio,
revelou a adição de ureia para aumentar o volume do leite por empresas
transportadoras do produto. Com o crime, transportadores lucravam 10% a mais do
que os 7% já recebidos sobre o preço do leite cru, em média R$ 0,95 por litro.
O total de leite movimentado pelo grupo, no período de um ano, chega a 100
milhões de litros. Mais de 100 toneladas de ureia foram compradas pelos
envolvidos na fraude.
De
acordo com a coordenadora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem
Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Judi Nóbrega, a
investigação mostrou que o responsável pela fraude não era a indústria, nem o
produtor de leite, e sim o transportador.
Em
nota, as empresas responsáveis pelas marcas Líder e Mumu informaram que todo o
produto contaminado foi retirado do mercado. Segundo o Ministério da Justiça, a
empresa Latvida não protocolou recall porque o produto contaminado
não chegou a ser distribuído no mercado.