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"Eu
me lembro perfeitamente do dia em que começou o meu TOC. Eu tinha 24 anos,
estava andando de bicicleta na lagoa [Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro] e
não consegui parar: precisava dar mais e mais voltas. Pedi ajuda, consegui
parar, mas fiquei superangustiada.
No
dia seguinte, adotei outra mania. Tive todas as da cartilha e mais umas novas.
Eu
tinha o que chamam de pensamentos intrusivos sincronizados: precisava imaginar
algo bom junto com uma ação --enquanto lavava as mãos, devia pensar em coisa bacana.
Daí vinha um pensamento ruim e eu tinha que lavar a mão de novo.
Nessas,
cheguei a ficar 24 horas repetindo manias. Eram quatro movimentos: acordar,
tomar banho, almoçar e dormir. Só no banho levava umas oito horas. Era um
negócio que me engolia.
Você
fica fazendo essas palhaçadas, que são as manias, não consegue parar, mas sabe
que são ridículas. É uma viagem lúcida.
Fiquei
três anos exilada: celibato, clausura, era praticamente uma carmelita. Só
convivia com meus pais, minha irmã e quatro amigos, que me ajudaram nessa
época.
Levei
uns dois anos até ter o diagnóstico e começar a me tratar e mais um ano para
ficar bem. Só é engraçado quando passa. Mas, também, depois de tudo isso você
fica uma pessoa menos chata, para de reclamar da vida."
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