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Consultar
o Google para buscar um diagnóstico ou desvendar um exame pode ser mais
prejudicial do que se imagina. Além de expor o corpo a possíveis complicações
físicas – quando há a interpretação errônea de uma doença -, o autodiagnóstico
pode trazer ainda outros problemas, como os de origem emocional. A ansiedade, a
insônia, as alterações de humor e a depressão, são alguns deles.
E os perigos não param por aí. A percepção positiva ou negativa de quem avalia
um resultado também pode agravar ainda mais a situação, conforme sugere uma
recente pesquisa da Universidade de Hong Kong de Ciência e Tecnologia.
Segundo o estudo, enquanto os mais otimistas negligenciam uma grave
doença, os pessimistas fazem justamente o contrário. Ou seja, superestimam algo
que não exige atenção.
Quem confirma essa teoria é o ginecologista Marcelo José Rojas da Silva, de São
Paulo, que afirma já ter enfrentado ambas situações. “Já tive pacientes que
abriram o exame em casa e disseram estar em tratamento psiquiátrico para tentar
lidar com a suposta doença apresentada no laudo”, conta o médico, que explica
que, neste caso, as pessoas envolvidas sequer retornaram ao consultório antes
de se autodiagnosticarem para confirmar o problema em questão.
Hoje, muitos laboratórios alteraram a forma de apresentação de alguns exames
para evitar essas situações. Quem olhar o resultado do papanicolau, que detecta
doenças no colo do útero, por exemplo, já não mais encontrará as tradicionais
classificações I, II, III, IV e V na conclusão.
Segundo Silva, a mudança foi necessária para inibir a autoavaliação das
mulheres. “Como elas interpretavam os resultados e muitas vezes sequer
retornavam ao médico ao ler um resultado compatível com um tumor, muitos
laboratórios resolveram mudar a apresentação do exame.”
Internet
problema
E apesar de todos os benefí- cios da rede, ainda há quem considere a internet
um problema, dada a pouca credibilidade e qualidade das informações. Para
piorar, vale lembrar que é justamente nesta rede que muitos usuários ‘metidos’
a doutores atuam, o que deve ser encarado com atenção.
“As informações que um paciente recebe pela internet nem sempre são reais. Ele
não pode querer comparar o exame dele com o resultado de outra pessoa, pois
cada caso tem suas particularidades”, diz Silva que teme, principalmente, por
aqueles que partem para a automedicação após uma pesquisa na rede.
Para finalizar, o ginecologista descreve ainda a conduta do brasileiro como
perigosa. “Ele lê o resultado do exame, busca dados na internet, vai à farmácia
e pergunta qual remédio deve tomar”, diz o especialista.
Curiosidade
sem fim
Quem não resiste à tentação de procurar resultados de exames no Google é a
especialista em Tecnologia da Informação Fabiana Loturco. A paulistana, de 34
anos, conta que o hábito já a fez imaginar ter problemas que ela não tinha.
“Certa vez um exame apontou que eu estava com deficiência de vitamina D.
Procurei na internet e encontrei coisas horríveis sobre o assunto, mas na
consulta fui informada de que estava tudo bem”, lembra Fabiana, que confessou
ter questionado o diagnóstico da médica por conta de sua pesquisa. “Eu
questionei, mas ela explicou que somente com o resultado de outros exames era
possível fazer um diagnóstico."
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