Mais
estudo, mais renda. Essa lógica permanece arraigada no imaginário brasileiro
como algo inquestionável. Porém, a desigualdade traduzida na diferença salarial
entre os níveis de instrução vem caindo há duas décadas.
O
abismo maior está entre os que concluíram o ensino superior na comparação com
os que só estudaram até o ensino médio. Ter diploma universitário garante uma
renda 167% maior ante o último ciclo do ensino obrigatório (ensino médio).
Essa
distância, no entanto, já foi maior. Em 2002, o "prêmio" de renda
para quem tinha diploma universitário na mão chegava a 192%, o ponto mais alto
nas últimas décadas. Em 1995, o abismo era de 134%. Só 12,5% da população
ocupada brasileira tem curso superior concluído e a taxa de desemprego é de
3,8% ante os 6,7% da média da força de trabalho.
"Aumentou a oferta de mão de obra com ensino médio, mas não tanto no
ensino superior. A demanda por esses profissionais cresceu muito", afirmou
Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper,
que fez os cruzamentos usando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad), feita pelo IBGE.