Em
30 de agosto de 2002, “Cidade de Deus” estreava nos cinemas brasileiros.
Violência urbana e favelas já tinham sido mostradas inúmeras vezes no cinema
nacional, mas o filme foi celebrado por trazer uma nova linguagem para as
telas, deixando para trás tanto a pesada herança intelectual do Cinema Novo
quanto o estilo mais apelativo do cinema popular dos anos 1970 e 1980.
O longa-metragem de Fernando Meirelles e Kátia Lund chamou a atenção de crítica e público por sua pegada pop, com uma montagem e uma fotografia que lembravam a estética da publicidade e dos videoclipes (os dois diretores tinham experiência nessa área), mas validadas por um roteiro consistente. Principalmente, era um filme cuja produção tinha um padrão de qualidade internacional.
O
filme acabaria lucrando US$ 30 milhões internacionalmente e quatro indicações
para o Oscar, incluindo melhor direção e roteiro adaptado.
O
livro de Paulo Lins no qual o filme foi baseado havia sido lançado em 1997 com
bastante sucesso pela Companhia das Letras. A relação entre a diretora Kátia
Lund e o escritor começou quando ela o entrevistou para o documentário
“Notícias de Uma Guerra Particular” (1999), que fez com João Moreira Salles.
Documentário
Como parte das comemorações de 10 anos da obra, os diretores Cavi Borges e
Luciano Vidigal rodaram um documentário, atualmente em fase de edição,
mostrando o que aconteceu com o elenco. Borges conta que a ideia inicial era
lançar o filme no Festival do Rio desse ano, mas ele não ficou pronto a tempo.
“Se lançasse agora, não ia ficar como eu queria. Vamos tentar estrear o filme
no Festival de Cannes do ano que vem, porque foi lá que tudo começou”, conta,
referindo-se à estreia internacional do filme original.