Em reação às
invasões promovidas pelo Movimento dos Sem-Terra (MST), o governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta segunda-feira que o governo
"não vai tolerar" nenhuma dessas ações. "A invasão é um
desserviço à reforma agrária porque a boa bandeira da reforma fica maculada
pelas invasões de propriedade, que causam uma enorme insegurança no campo",
disse o governador.
Alckmin ressaltou
que a desapropriação de terras é de competência do governo federal e que cabe
ao Estado oferecer áreas devolutas para a criação de assentamentos rurais.
"Orientei a secretária de Justiça, Eloísa Arruda, para acelerar esses
esforços junto ao Poder Judiciário. Vamos apoiar a reforma agrária, mas não
vamos tolerar invasão de terra", completou.
Dentro de sua
operação "janeiro quente", o MST diz ter promovido no Estado 38
invasões entre dia 1º de janeiro e ontem. O número é contestado pelo Instituto
de Terras do Estado (Itesp), órgão da Secretaria da Justiça, que contou apenas
nove. Para o instituto, acampamentos montados fora de áreas particulares ou
públicas não são registrados como ocupações.
Nas contas de
José Rainha Júnior, líder do MST na região do Pontal do Paranapanema, as 38
invasões representam a soma das feitas por seu grupo e por outros quatro
movimentos e sindicatos rurais. Seriam sete na região de Pontal de
Paranapanema, entre domingo e ontem, mais 14 na Alta Paulista e 17 na área de
Araçatuba.
Em Andradina,
cerca de 300 sem-terra ligados ao MST ocuparam o escritório do Incra. Foi a
segunda ocupação em poucos meses. Eles invadiram o prédio para tentar agilizar
o processo de reforma agrária e cobrar recursos para os assentados. (Com
informações do Jornal O Estado de São Paulo).