A ala liderada por José Rainha Júnior
contribuiu com o "janeiro quente" do Movimento dos Sem-Terra (MST)
invadindo 23 fazendas no oeste do Estado de São Paulo, na madrugada deste
sábado.
Desde o começo da semana, cerca de 300 trabalhadores rurais sem terra
estão na sede do Incra em Andradina. Eles invadiram o prédio para tentar
agilizar o processo de reforma agrária e cobrar recursos para os assentados. A
coordenação do movimento afirma que só vai deixar o local quando forem
recebidos pela presidência do instituto.
De acordo com nota divulgada pelo líder, foram ocupadas 5 fazendas no
Pontal do Paranapanema, outras 5 na Alta Paulista e 13 na região de Araçatuba.
Em algumas, os sem-terra não chegaram a entrar, mas acamparam nas porteiras. Um
grande acampamento começou a ser montado em Teodoro Sampaio, no Pontal, no
centro de uma área de 92,6 mil hectares de terras que seriam devolutas.
Rainha diz ter mobilizado pelo menos 5 mil militantes do MST e de outros
grupos, como o Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast), Unidos pela Terra
(Uniterra), Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) e Federação dos
Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp).
As ações vão continuar, segundo ele. "A jornada deve chegar a mais de
30 latifúndios ocupados ou demarcados para denunciar à sociedade que essas
áreas são improdutivas ou devolutas e pertencem à reforma agrária", disse.
O objetivo é cobrar agilidade na arrecadação de terras para assentar 8 mil
famílias que, segundo ele, estão acampadas.
O comando da Polícia
Militar na região confirmou ter havido grande mobilização de sem-terra na
madrugada e manhã de ontem, mas não havia notificação de conflitos. Segundo a
PM, em várias propriedades os sem-terra se limitaram a acampar próximo dos
portões, sem invadir. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.