De
acordo com a pesquisa, entre as pessoas que ingeriam carne vermelha não
processada, nenhum acréscimo representativo no risco de desenvolver as doenças
foi observado. O mesmo não aconteceu com os voluntários que possuíam carnes
processadas na sua dieta – como salsichas, presuntos, bacons, hambúrgueres e
outros.
O
resultado indica que para cada 50 gramas de carne processada ingeridas por dia
há aumento de 42% na chance de uma doença cardiovascular. Em relação à
diabetes, este índice é de 19%.
Em
dez anos de acompanhamento, 47.976 homens e 23.276 mulheres morreram. Para os
pesquisadores, 11% das mortes de homens e 16% de mulheres poderiam ser adiados
se houvesse redução do consumo de carne vermelha processada para 9 gramas a
cada mil calorias ingeridas ao dia.
Os
pesquisadores dizem que o sal e os conservantes usados na carne processada são
os responsáveis pela elevação das chances. Isso porque o sal tende a aumentar a
pressão sanguínea, enquanto os conservantes de nitrato contribuem para a
arteriosclerose (espessamento e endurecimento da parede arterial) e reduzem a
tolerância à glicose.
“As
carnes processadas contêm níveis de sal quatro vezes maiores e o dobro de
nitratos do que nas nãoprocessadas. Isto sugere que estes elementos, mais do
que a gordura, estão na origem do risco mais elevado”, disse Renata Micha,
coordenadora do estudo.
Durante o cozimento das carnes em altas temperaturas, são formadas aminas heterocíclicas – substâncias reconhecidamente cancerígenas. As maiores temperaturas são atingidas ao grelhar na chapa e fritar com pouco óleo o alimento. Por esse motivo, o mais indicado é preparar o produto no forno ou em um cozido.