Discussões
com Pelé, envolvimento com drogas, coleção de desafetos, descuido com a saúde,
doping, trapaça dentro de campo e mau desempenho como treinador. Apesar das
polêmicas na vida pessoal e profissional durante os seus 50 anos, que serão
completados neste sábado, Diego Maradona mantém a aura de ídolo. A popularidade
do Pibe segue intacta e nada parece ser capaz de abalar os súditos de um dos
melhores jogadores (ou o melhor) da história do futebol.
A
sua última aparição como protagonista aconteceu na Copa do Mundo da África do
Sul. Maradona fez o que bem entendeu durante a maior competição do futebol
mundial e foi estrela, como está acostumado. Ele conseguiu unir toda a
Argentina em torno da seleção albiceleste, que foi derrotada pela Alemanha nas
quartas de final. O fracasso não abalou o nível de aprovação do técnico.
O
Pibe foi descartado após a Copa por desentendimentos com o presidente da AFA,
Julio Grondona. No entanto, saiu por cima. O povo argentino e os jogadores que
participaram do Mundial conquistado pela Espanha o aprovaram. Astro da equipe,
Lionel Messi demonstra carinho por Maradona e dá sinais de o quanto a presença
do ex-jogador influenciou positivamente nos dias de concentração da seleção
argentina na África.
“Maradona
não queria ir embora assim. Ele se mostrou muito próximo aos jogadores e nada
era exagerado. Trabalhávamos em um ambiente muito bom e nos divertíamos quando
possível. Formamos um grupo em que Diego era um a mais”, comentou o atacante do
Barcelona, em entrevista à revista francesa France Football.
A
Copa do Mundo foi o pano de fundo para mais um desentendimento de Maradona com
Pelé. Em novo capítulo da briga entre os dois jogadores apontados como melhores
da história, o brasileiro criticou o trabalho do ‘rival’ à frente da seleção.
Pibe reagiu de forma dura e alfinetou. “Ele que volte ao museu. Como ele não
trabalha, não faz nada, fica discutindo comigo. Quer uma disputa”, atacou
Maradona.
Seu
maior momento também foi em uma Copa do Mundo. Em 1986, o astro liderou o
título mundial da Argentina. O jogo contra a Inglaterra, pelas quartas de
final, se transformou em um palco para o show de Diego Maradona. Aos 6min do
segundo tempo, o camisa 10 foi lançado na área, ganhou dos zagueiros na
velocidade e dividiu com o goleiro Shilton.
Malandro,
desviou a bola com a mão e abriu o placar para a Argentina. Para azar da
Inglaterra, o árbitro não viu a trapaça. Após o jogo, o argentino disse que
marcou com "a mão de Deus". Quatro minutos depois, o craque pegou a
bola no meio do campo e saiu driblando. Passou por toda a defesa inglesa,
superou também o goleiro inglês e tocou para as redes, marcando um dos gols
mais belos da história do futebol.
Maradona
também se consagrou no Napoli. O clube italiano, apesar de ser tradicional, não
brigava por títulos. Com o astro argentino, o time viveu momentos de glória no
final da década de 1980 e ganhou seus dois únicos títulos no Campeonato
Italiano (1986/1987 e 1989/1990). Com o Pibe, o Napoli lutou de igual para
igual com as maiores equipes do país e garantiu destaque continental, com a
conquista da Copa da Uefa.
O
ápice técnico e físico dos tempos do Napoli nunca mais foi visto. Após
passagens apagadas por Sevilla e Newell's Old Boys, Maradona ficou deprimido e
se afundou de vez no vício das drogas. A sua despedida do cenário internacional
aconteceu na Copa de 1994, quando foi flagrado no doping com efedrina,
substância usada para emagrecer.
O
Pibe retomou motivação para jogar no Boca Juniors, mas não teve grande
desempenho entre 1995 e 1997. A partir de 2000, o argentino iniciou de fato sua
luta contra as drogas, com algumas derrotas e recaídas que quase o levaram à
morte. Os altos e baixos aumentam ainda mais o poder que Maradona tem sobre os fãs.
O estilo polêmico também atrai a mídia e o coloca como protagonista em qualquer
lugar que esteja.