O valor da produção agrícola brasileira
caiu 5,3% em 2009, totalizando R$ 140,8 bilhões. Esse volume representa uma
redução de R$ 8 bilhões em relação ao registrado no ano anterior, o que pode
ser explicado principalmente pela queda na produção de itens, como o milho
(-13,9%), café (-12,8%), algodão herbáceo (-27,3%), trigo (-16,1%) e a soja
(-4,2%). Além disso, alguns produtos como o milho, feijão, café e trigo tiveram
preços inferiores aos de 2008. Em relação à área plantada, houve crescimento de
0,3%, somando 65,7 milhões de hectares.
Os dados fazem parte da Pesquisa
Agrícola Municipal – Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, divulgada nesta
quarta-feira, 20, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O levantamento investigou 64 produtos, em 5.565 municípios.
De acordo com o documento, a soja
continua sendo a cultura que mais contribui para o valor da produção,
respondendo por 27% do total, o que equivale a R$ 38 bilhões. A liderança foi
mantida apesar da redução da safra, influenciada pelo custo de produção,
superior ao verificado no ano anterior, o que levou os produtores a implantar
lavouras com menos tecnologia; além de problemas climáticos, com períodos de
estiagem na Região Sul. Com relação à área cultivada, houve aumento de 2,4%,
atingindo 21,7 milhões de hectares.
Em seguida, aparece a cana-de-açúcar
com 17% do total (R$ 24 bilhões), beneficiada pela valorização do açúcar no
mercado internacional e pelo aquecimento dos preços do etanol no mercado
interno. Em relação à produção, o aumento de 4,0%, garantindo o recorde de
671,4 milhões de toneladas, no entanto, foi menor do que o observado em 2008
(17,4%). A redução no ritmo de crescimento pode ser explicada pela crise
econômica internacional, que diminuiu a oferta de crédito, acarretando uma
retração no processo de implantação de novas usinas e redução na expansão dos
canaviais observada nos últimos quatro anos. Já a área colhida aumentou 4,6%.
Em terceiro lugar, aparece o milho,
responsável por 14% do valor da produção agrícola brasileira. A cultura (50,7
milhões de toneladas) foi prejudicada por problemas climáticos, pelo
desestímulo ao plantio em função dos estoques elevados no mercado nacional,
além da baixa cotação do produto, e pela crise financeira internacional, que
resultou em incertezas sobre a comercialização futura do produto. A área
colhida teve redução de 5,5%.