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Reprodução
O jornal Folha de S.Paulo publica neste sábado (16) reportagem
intitulada "Monica Serra contou ter feito aborto, diz ex aluna." O
texto assinado pela colunista Monica Bergamo ocupa a metade inferior da página
10. A ex-aluna é Sheila Canevacci Ribeiro, de 37 anos, que teve Monica Serra
como professora de dança na Universidade de Campinas (Unicamp). Com informações
do Portal Terra.
A reportagem de
Monica Bergamo descreve, a princípio, frases que Sheila postou em seu Facebook um
dia depois do debate na TV Bandeirantes. Na segunda-feira, 11, Sheila dizia em
seu perfil no Facebook que escrevia para "deixar minha
indignação pelo posicionamento escorregadio de José Serra" em relação ao
tema aborto.
Sheila escreveu,
relata a Folha de S.Paulo,
que Serra não respeitava "tantas mulheres começando pela sua própria
mulher. Sim, Mônica Serra já fez um aborto", relatou a ex-aluna em texto
republicado por sites e blogs ao longo da semana e que agora teve sua
veracidade de autoria confirmada pela Folha.
A colunista Monica
Bergamo relata ter conversado não apenas com Sheila, mas também com outra das
ex-alunas de Mônica Serra que ouviram o relato da então professora sobre o
aborto. À Folha, está dito na
reportagem, "a bailarina diz que confirma 'cem por cento' tudo que
escreveu" em seu Faceboook.
À colunista Monica
Bergamo, Sheila confirmou um dos principais trechos escritos em seu Facebook. Nele, a ex-aluna de Monica Serra desabafa:
"Com todo respeito que devo a essa
minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas
foram regadas a discussões sobre seu aborto traumático".
Em seguida, indagou
a ex-aluna de Monica Serra em seu Faceboook e reproduziu a Folha: "Devemos prender Monica Serra caso seu
marido fosse (sic) eleito presidente?".
A reportagem da Folha de S.Paulo tem,
logo ao lado direito do texto, uma reprodução de santinhos que o candidato José
Serra tem distribuído para eleitores. Com a foto do tucano, o santinho é
encimado pela citação "Jesus é a verdade e a justiça".
A Folha localizou em Brasília uma
colega de classe de Sheila, ela também ex-aluna da esposa do candidato tucano.
Professora de dança na capital federal, informa Monica Bergamo, essa segunda
ex-aluna concordou em falar sob a condição do anonimato.
A colega de Sheila
contou, descreve a Folha, que, nas aulas, as alunas se sentavam em círculos,
criando uma situação de intimidade. Enquanto fazia gestos de dança, descreve a Folha, Monica Serra explicava como marcas e traumas da
vida alteram movimentos do corpo e se refletem na vida cotidiana.
Segundo a ex-estudante, continua a
Folha de S. Paulo, "as pessoas compartilhavam suas histórias, algo comum
em uma aula de psicologia. Nesse contexto, afirmou, Monica (Serra) compartilhou
sua história com o grupo de alunas. Disse ter feito o aborto por causa da
ditadura", informa a Folha.
Prossegue o relato
na Folha de S.Paulo:
Ainda de acordo com a ex-aluna, Monica
disse que o futuro dela e do marido, José Serra, era muito incerto. Quando
engravidou, teria relatado Monica à então aluna, o casal se viu numa situação
muito vulnerável.
Depois do golpe militar no Brasil,
Serra se mudou para o Chile, onde conheceu a mulher, Veronica. Em 1973, com o
golpe que derrubou Luis Allende e levou o general Augusto Pinochet ao poder, Serra
e Monica mudaram-se para os Estados Unidos.
À Folha e a
Monica Bergamo, Sheila faz questão de manifestar qual é a essência da sua
decisão ao falar: "Ela (Monica Serra) não confessou. Ela contou. Não sou
uma pessoa denunciando coisas. Mas (ela é) uma pessoa pública, que fala em
público que é contra o aborto, é errado. Ela tem uma responsabilidade
ética."
A Folha traz ainda, em meio ao
material, um ligeiro perfil de Sheila Canevacci Ribeiro. Revela que Sheila diz
ter votado em Plínio de Arruda Sampaio e que declara voto em Dilma no segundo
turno, ainda que não pretenda votar por conta de uma viagem para o Líbano já
marcada.
No perfil que traça
de Sheila, a Folha mostra, por outro lado, as ligações da
família da ex-aluna de Monica Serra com o PSDB.
Sheila é filha da socióloga Majô
Ribeiro, ex-aluna de Eva Blay no mestrado da USP. Eva Blay, foi suplente de
Fernando Henrique Cardoso no Senado, informa a Folha. Majô, mãe de Sheila, foi
ainda pesquisadora do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais da USP,
fundado pela ex-primeira dama Ruth Cardoso (1930-2008).
Militante feminista, Majô, a mãe de
Sheila, foi candidata derrotada a vereadora e a vice-prefeita em Osasco. Pelo
PSDB.
À Folha a
socióloga disse estar "preocupada" com a filha, mas afirma - é o relato
no jornal - que a criou para "ser uma mulher livre" e que ela
"agiu como cidadã".
Sheila é casada com o antropólogo
italiano Massimo Canevacci, que foi professor de antropologia cultural na
Universidade La Sapienza, em Roma, e hoje dirige pesquisas no Brasil.
A Folha informa ainda que a assessoria
de Monica Serra "não respondeu aos questionamentos feitos pelo jornal
"a respeito do relato de suas ex-alunas".
Diz ainda que o jornal procurou Monica
Serra pela primeira vez na manhã de anteontem (A quinta-feira, 14):
"Segundo sua assessoria, ela havia viajado para o Chile e não seria
possível localizá-la naquele momento".
Por fim, conta colunista Monica
Bergamo, "entre quinta-feira e ontem (sexta-feira, 15) a reportagem
telefonou seis vezes e enviou cinco e-mails para a assessoria. Recebeu uma
mensagem com a seguinte afirmação: "Não há como responder".
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