O diretor-executivo da Organização
Internacional do Café (OIC), Néstor Osorio, acredita que o mercado ficará ainda
mais apertado no próximo ano. Atualmente, a principal preocupação é se a oferta
será suficiente para dar conta da demanda. Com informações do Jornal O Estado
de São Paulo.
Osorio lembrou que, em 2011, a
produção brasileira apresentará ciclo negativo e as projeções apontam para
queda entre 15% e 20% na oferta do País. Além disso, condições adversas de
clima estão afetando as plantações no Vietnã. A safra da Colômbia pode ter
alguma recuperação, mas não será suficiente para compensar a retração nos
demais produtores.
"O mercado está muito nervoso,
com muita movimentação e especulação", disse nesta quinta-feira, 23, em
entrevista coletiva na sede da OIC, em Londres.
A entidade estima produção mundial
entre 133 e 135 milhões de sacas de 60 kg de café para 2010/2011. A estimativa
para o consumo é de 130 a 132 milhões de sacas.
Essa relação puxa os preços do café,
alimentados também pelo dólar fraco. O setor passou por dois anos seguidos de
déficit na Colômbia, sem produto similar capaz de fazer a substituição no
mercado. "Os estoques estão sendo usados", reforçou Osorio.
Segundo ele, o consumo também está
dinâmico e mesmo a pequena queda registrada durante a crise não foi suficiente
para reverter a tendência de alta. Nos últimos dez anos, a demanda por café foi
elevada em 25 milhões de sacas. "A demanda continua muito forte. A grande
preocupação é saber como manter a oferta de café."
Embora cite a especulação como fator
a pesar sobre o mercado, Osorio disse que a OIC não qualifica a atividade de
investidores privados no setor. Ele também não quis manifestar opinião sobre a
nova legislação proposta na Europa para conter a especulação. "Não temos
capacidade de determinar se a política de controle dos derivativos é apropriada
ou não."