Senado aprova a venda de remédios em supermercados

O
Senado aprovou ontem uma medida provisória que libera a venda de medicamentos
em supermercados, armazéns e empórios -desde que não estejam sujeitos a
prescrição médica.
O
texto prevê que os estabelecimentos comerciais devem observar "relação a
ser elaborada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)"
posteriormente para a venda dos medicamentos, mas não traz nenhuma
regulamentação.
O
projeto que transforma a medida provisória em lei será encaminhada à sanção da
presidente Dilma Roussef.
Mas
até senadores aliados do governo criticaram a MP. Ex-ministro da Saúde, o
senador Humberto Costa (PT-PE) pediu que a presidente não sancione o artigo e
disse ainda que a tendência de Dilma é de vetar o projeto.
"Se
esse artigo não for vetado pela presidente garantirá que estabelecimentos
comerciais poderão dispensar e comercializar medicamentos, o que se trata de um
verdadeiro absurdo. O líder do governo e o relator da MP podem assumir a
pressão para que haja o veto a este artigo."
INCLUSÃO
A
autorização foi incluída em um texto originalmente encaminhado pelo governo ao
Congresso que previa a desoneração das contribuições sociais sobre produtos
destinados a portadores de deficiência e do IPI nas operações de compra de
veículos automotivos para os portadores de deficiência.
Além
dos medicamentos, a MP traz outros dez assuntos que não têm ligação com o seu
objeto principal. Irritada com o excesso de "contrabandos", a
oposição reagiu.
Como
os oposicionistas não são contrários à isenção fiscal de produtos para
deficientes físicos, acusam o governo de ter se aproveitado de um tema
consensual para incluir outros assuntos.
OUTROS
PAÍSES
Nos
EUA, remédios que não precisam de prescrição como analgésicos, antitérmicos,
antialérgicos e laxantes, podem ser encontrados em supermercados e até em lojas
de conveniência.
No
Reino Unido, esses medicamentos também podem ser vendidos em mercados.