Por que a seleção brasileira merece ou não ganhar a Copa do Mundo

A seleção brasileira fará sua estreia na Copa do Mundo no dia 15 de junho, contra a Coreia do Norte. Dunga convocou os 23 atletas que irão à África do Sul em meio à muita expectativa, deixando estrelas de fora e confirmando os nomes que ganharam sua confiança durante a vitoriosa preparação.Ainda assim, a seleção é muito criticada. Depois do fracasso de 2006, o torcedor brasileiro trata com desconfiança esse novo grupo.

Razões:

Por que sim

Coerência

- Dunga se manteve fiel ao seu trabalho na preparação e sua convocação foi coerente, chamou os mesmos atletas que fizeram uma trajetória vitoriosa e mostraram compromisso com a seleção nas eliminatórias, na Copa América e na Copa das Confederações.

Superação

- Quando confrontada com seleções de mais tradição, o Brasil quase sempre saiu vitorioso. A equipe de Dunga já mostrou que atua melhor quando joga contra equipes mais fortes. Venceu Inglaterra, Itália duas vezes, Argentina e Portugal.

Experiência

- A seleção brasileira é a mais experiente da história em Mundiais, com a maior média de idade. Todos os jogadores estão acostumados a disputar grandes decisões e não ficarão intimidados com o ambiente que envolve uma Copa do Mundo.

Comprometimento

- A chegada do treinador Dunga funcionou como uma “limpeza” no clima de festas que ficou colado à imagem do grupo derrotado na Alemanha em 2006. O técnico reformulou o grupo e atualmente os atletas se mostram muito mais dispostos com a camisa da seleção e obedientes ao comando. Por isso, ele deixou de fora estrelas como Ronaldinho gaúcho, Adriano e Roberto Carlos, cotados para irem à África do Sul.

Dunga conhece a seleção

- Embora seja sua primeira experiência como técnico, Dunga viveu toda uma carreira como jogador na seleção brasileira e foi o capitão do título em 1994. Além disso, disputou mais duas Copas, em 1990 e 1998. Seus conhecimentos de como o campeonato funciona e a melhor maneira de se comportar em uma competição de tiro curto como o Mundial podem ser muito úteis ao Brasil.

Por que não

Dificuldades contra retrancas

- O time de Dunga tem dificuldades de furar o bloqueio defensivo de times menores e pode ser surpreendido, como aconteceu nas eliminatórias contra a Bolívia, quando perdeu por 2 a 1. Além do susto que tomou dos Estados Unidos na final da Copa das Confederações, em que saiu perdendo por 2 a 0 e sofreu para conseguir virar.

Falta de criatividade

- A seleção não conta com jogadores de criatividade no meio de campo. O único meia com essa característica é Kaká. Na ausência dele, só temos volantes ou laterais que podem ser improvisados na meia, como Gilberto, do Cruzeiro.

Ganso e Neymar fora

- Dunga não entrou na onda popular e deixou as duas maiores revelações do futebol brasileiro recente de fora da Copa: Neymar e Paulo Henrique Ganso. Se futebol é momento, a dupla santista deveria estar na convocação final. Neymar poderia ser uma opção rápida no ataque e o fato de ser pouco conhecido pelos adversários poderia dificultar sua marcação. Já Ganso, seria a opção do meia-armador do qual a seleção tanto se ressente.

Jogadores da europa em fim de temporada

- Muitos jogadores vêm do final de temporada europeu e irão chegar à Copa longe de sua melhor condição física. Portanto, podem não render o esperado. Luís Fabiano e Kaká são os maiores exemplos. Ficaram de fora de seus clubes em várias partidas por conta de lesões e desgaste. O próprio Lúcio, capitão da seleção, já admitiu que o excesso de esforço pode ser prejudicial ao time na África.

Caminho complicado

- O caminho do Brasil pode ser muito complicado no decorrer da Copa. Além da dificuldade do grupo G, que conta também com Costa do Marfim, Portugal e Coreia do Norte, a seleção pode ter que enfrentar Espanha e Itália já nas oitavas e quartas de final, respectivamente. Se Brasil se classificar em segundo no seu grupo e a Espanha em primeiro, ou vice-versa, eles se enfrentam na segunda fase. Depois, caso a Itália seja a segunda colocada em sua chave, mas passe pelas oitavas, pode pegar o Brasil na fase seguinte.