Após avalanche de tempos em 2009, Maria Lenk 2010 fecha com marcas 'mortais'

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No ano passado, o Troféu Maria Lenk foi um marco para a natação brasileira. Um recorde mundial, 13 atletas entre os 10 melhores do mundo em suas provas e 27 nadadores convocados para o Mundial de Roma. Neste ano, o torneio “voltou ao normal”.

Na nova natação, sem os supermaiôs que impulsionaram 100 quebras de recordes mundiais só no ano passado, e em uma piscina muito mais lenta do que a usada em 2009, a edição 2010 do torneio perdeu velocidade. No total, a edição deste ano da competição foi 1,3% mais lenta.

O número pode parecer irrelevante, mas representa segundos em provas decididas em centésimos de segundos. Prova disso são os recordes. Neste domingo, o Maria Lenk terminou com apenas duas marcas de campeonato quebradas (200m costas masculino e 4x200m masculino). No ano passado, foram 37, sendo 36 também sul-americanas.

Exemplos da desaceleração da natação não faltam. O maior deles aconteceu na prova dos 200m peito feminino, em que a vencedora de 2010, Michele Schmidt, fez 2min37s32. Foi quase dez segundos (ou 6,7%) mais lenta que Carolina Mussi (2min27s42). Ainda recordista sul-americana, Mussi foi a vice-campeã da prova em Santos com 2min32s15 (ou 8% de diferença entre um ano e outro).

Motivos para essa tendência não faltaram em Santosl. A temporada não é das mais atraentes: sem Olimpíada ou Mundial, a competição mais atraente é o pouco conhecido, pelo menos fora da natação, Pan-Pacífico, em agosto, nos EUA.

Além disso, a proibição dos trajes tecnológicos, em janeiro, ainda está fazendo os nadadores se adaptarem. “Em termos de sensibilidade e treinos, não mudou nada. Os tempos ainda estão altos, mas acho que é mais questão de tempo para chegar àquele patamar. Agora, o que realmente muda é a recuperação. No fim da prova, você está muito mais cansado com a bermuda do que estaria de maiô”, analisa o campeão olímpico Cesar Cielo.

“Acho que só vamos ter uma ideia do quanto realmente ajudavam os trajes em cerca de um ano. É complicado analisar só uma competição”, completa Ricardo de Moura, coordenador da CBDA (Confederação Brasileira de Deportos Aquáticos).

Outro problema é a piscina. A estrutura da Unisanta, onde foi realizado o Troféu, foi considerada inadequada por quem entrou na água. A profundidade da piscina foi criticada, assim como a ausência de uma piscina auxiliar, com no mínimo 25 metros – a disponível tinha apenas 20 metros e era muito quente.

“A Unisanta nos acolheu muito bem e atendeu todos os nossos pedidos. Seria ótimo se todas as universidades brasileiras tivessem uma estrutura como essa. Mas no nível que a natação brasileira chegou, precisamos de mais lugares com estrutura para receber competições de ponta. Hoje, temos dois locais assim no Rio de Janeiro e um em Santa Catarina. A competição deveria ter sido lá”, afirmou Alberto Silva, o Albertinho, técnico da equipe campeã, o Pinheiros.

Mesmo assim, exemplos positivos saíram do Maria Lenk. O maior deles foi Tales Cerdeira. Com dois ouros, virou top-5 nos 200m peito e top-10 nos 100m peito no ranking mundial. Ao lado de Cesar Cielo, foi o único da equipe brasileira que conseguiu atingir dois índices para o Mundial de 2011.

Mesmo sem chegar a tempos de classificação, Henrique Rodrigues derrotou Thiago Pereira nos 200m medley pela segunda vez seguida. “Ele vai ser finalista olímpico em Londres. Tanto nos 200m medley, quanto nos 100m livre”, avisa Albertinho.

Entre os veteranos, quem mais brilhou foi Poliana Okimoto. Especialista nas provas em águas abertas, ela mostrou que na piscina também é competitiva. Foi uma das armas do Corinthians na luta pelo terceiro lugar do torneio, contra a Unisanta. A campeã das Copas do Mundo de maratonas aquáticas do ano passado saiu de Santos com seis medalhas (ouro nos 800m, prata nos 400m, 4x200m e 1500m e bronze nos 200m e 4x100).

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