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Quando foi criado, no governo de Getúlio Vargas, em 1940, o salário mínimo custava 240 mil réis. A Constituição de 1988, que unificou o valor do benefício em todo o território, definia que o mínimo deveria ser suficiente para suprir os gastos com “moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social do assalariado e de sua família”.
Mas não é o que acontece hoje. A cesta básica em São Paulo, por exemplo, custa R$ 253,74, segundo pesquisa feita mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Para comprar a cesta, composta por 13 itens, um assalariado que ganha o mínimo deveria trabalhar 109h27m (pouco mais de quatro dias sem parar).
Hoje, 43 milhões de pessoas dependem do mínimo no mercado formal, entre os quais 17 milhões são aposentados.
Salário mínimo justo
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), diz que o mínimo de R$ 510 é uma vitória para o trabalhador, apesar de insuficiente.
- Conseguimos ter uma política de salário mínimo muito mais adequada do que tínhamos um tempo atrás. Nos anos 1990, o salário mínimo chegou aos US$ 100 e era comemorado. Hoje tá entre US$ 250 e US$ 300.
Até 2013, as estimativas são de que os reajustes levem o mínimo para quase R$ 650. Para o Dieese, o salário mínimo adequado para o trabalhador suprir as necessidades básicas previstas pela Constituição deveria ser de R$ 1.987,26, ou 3,9 vezes o atual.
Quando o Plano Real foi posto em prática, o valor do mínimo foi de CR$ 42.829 para R$ 64,79. Na época, a inflação havia sido controlada com a entrada da nova moeda, que substituiu o fraco cruzeiro real.
João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, diz que a partir deste ano o salário mínimo será reajustado em cima dos números da inflação mais o índice de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes até 2023.
- Isso é positivo não só para quem recebe, mas para os empresários, porque ela banca o desenvolvimento da economia. Esse foi um motivo pelos quais o Brasil não sentiu os efeitos da crise do crédito porque conseguiu segurar o consumo no mercado interno.
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