Distúrbios alimentares nos homens

O que são os distúrbios alimentares?
Os Transtornos Alimentares (TAs) são síndromes comportamentais cujos critérios diagnósticos têm sido amplamente estudados e pesquisados nos últimos anos. O DSM - IV (Manual Estatístico e Diagnóstico, 4ª edição) e o CID 10 (Classificação Internacional de Doenças, 10ª edição) ressaltam a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa como os principais.
Quais as causas?
Os TAs são determinados por uma diversidade de fatores que interagem de modo complexo para produzir e perpetuar o transtorno. As pesquisas sugerem que alguns fatores estão presentes na maioria dos pacientes com TAs, como, por exemplo, história de transtornos psiquiátricos na família, abuso sexual ou físico na infância, história de obesidade infantil seguida por dietas e restrição alimentar. Outros fatores como os socioculturais, fatores familiares, fatores cognitivos também estão presentes nos TAs.
Quais os sintomas?
Geralmente os TAs se iniciam com a insatisfação da imagem corpórea. Essa insatisfação com o corpo leva os pacientes a formularem pensamentos irreais sobre seu corpo, beleza, sucesso profissional e pessoal. Esses pensamentos acarretam sentimentos negativos sobre si mesmos, baixa autoestima, avaliação distorcida da realidade e de si. Esses pensamentos e sentimentos sugerem que esses pacientes usem métodos inadequados para perda de peso.
Qual a porcentagem de ocorrência em homens?
A taxa exata de TAs em homens ainda não foi completamente estabelecida, isso porque os homens são excluídos de muitos estudos pelo baixo número de casos. A proporção de homens com TAs referida na literatura é de 1:10. Esse número vem aumentando nos últimos anos, mas ainda sem pesquisa que possa mudar esses dados. A referência desse aumento só pode ser afirmada pela prática clínica.
Quais os fatores de risco?
Segundo as pesquisas, alguns grupos de homens apresentam maiores probabilidades de desenvolver um Transtorno Alimentar. Por exemplo, profissões que estão ligadas com uma preocupação exagerada com peso ou forma corporal (bailarinos, modelos, jóqueis, ginastas...). No entanto, vale ressaltar que não é a escolha profissional o determinante dos TAs. Outro fator de risco importante é a orientação sexual. Nos EUA, 20% da população de homossexuais masculinos sofre de um TA. Porém, mais uma vez é preciso ressaltar que o pequeno número de pesquisas não nos permite qualquer afirmação nesse sentido.
Qual a diferença da ocorrência de distúrbios em homens e mulheres?
As pesquisas sugerem que a Bulimia Nervosa ocorre em cerca de 1% das mulheres jovens ocidentais, a Anorexia Nervosa em menos de 0,5% dessa população. Outros estudos sugerem uma incidência média na população em geral de 18,5 por 100.000 entre mulheres e 2,25 por 100.000 homens com diagnóstico de Anorexia Nervosa, e a incidência estimada de homens com Bulimia Nervosa foi de 28,8 entre mulheres e de 0,8 em homens por 100.000 a cada ano.
A puberdade tardia e a testosterona no homem podem ser fatores de proteção contra os distúrbios alimentares?
Em alguns pacientes com Transtornos Alimentares pode-se observar alterações endócrinas, mas nenhum estudo ainda foi feito em homens com TAs que possa fazer tal afirmação.
dismorfia muscular pode ser considerada um distúrbio alimentar?
A dismorfia muscular é um subtipo do transtorno dismórfico corporal, que ocorre principalmente em homens que, apesar da grande hipertrofia muscular, se consideram pequenos e fracos. Ela está associada à distorção da imagem corporal, que é um quadro frequente em pacientes com TAs.
Como os distúrbios afetam o psiquismo do indivíduo?
O medo do ganho de peso em pacientes com TAs e a busca do emagrecimento constante levam esses pacientes a uma baixa autoestima, depressão, ansiedade, distorção da realidade. É comum observarmos outras comorbidades psiquiátricas presentes nos TAs, como TOC, transtornos do humor...
Os distúrbios alimentares podem provocar impotência sexual?
Como é comum nos TAs a distorção da imagem corporal e a baixa autoestima, associadas a alterações endocrinológicas, podemos observar uma baixa de libido, um desinteresse sexual nos homens. Mas são dados clínicos e não de pesquisa.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito a partir de uma anamnese conduzida por um médico psiquiatra especialista, onde se destaca a preocupação com a imagem corporal, presença de amenorreia nas mulheres, avaliação do medo de engordar, a existência de práticas purgativas, histórico de dietas restritivas, obesidade na infância ou adolescência.
Qual o tratamento?
O tratamento dos TAs é sempre realizado em equipe multidisciplinar com médicos psiquiatras, nutricionistas e psicólogos, que atendem esses pacientes individualmente e com seus grupos familiares.
Há prevenção?
A informação ainda é a maneira mais adequada de fazer a prevenção. A explicação dos riscos causados com o excesso de preocupação com a imagem corporal e os pensamentos distorcidos com beleza e sucesso pessoal e profissional.
Referências
Revista Brasileira de Psiquiatria - Suplemento Transtornos Alimentares - vol. 24 dezembro de 2002 Revista de Psiquiatria Clínica - vol. 31 - número 4 - 2004
Os Transtornos Alimentares (TAs) são síndromes comportamentais cujos critérios diagnósticos têm sido amplamente estudados e pesquisados nos últimos anos. O DSM - IV (Manual Estatístico e Diagnóstico, 4ª edição) e o CID 10 (Classificação Internacional de Doenças, 10ª edição) ressaltam a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa como os principais.
Quais as causas?
Os TAs são determinados por uma diversidade de fatores que interagem de modo complexo para produzir e perpetuar o transtorno. As pesquisas sugerem que alguns fatores estão presentes na maioria dos pacientes com TAs, como, por exemplo, história de transtornos psiquiátricos na família, abuso sexual ou físico na infância, história de obesidade infantil seguida por dietas e restrição alimentar. Outros fatores como os socioculturais, fatores familiares, fatores cognitivos também estão presentes nos TAs.
Quais os sintomas?
Geralmente os TAs se iniciam com a insatisfação da imagem corpórea. Essa insatisfação com o corpo leva os pacientes a formularem pensamentos irreais sobre seu corpo, beleza, sucesso profissional e pessoal. Esses pensamentos acarretam sentimentos negativos sobre si mesmos, baixa autoestima, avaliação distorcida da realidade e de si. Esses pensamentos e sentimentos sugerem que esses pacientes usem métodos inadequados para perda de peso.
Qual a porcentagem de ocorrência em homens?
A taxa exata de TAs em homens ainda não foi completamente estabelecida, isso porque os homens são excluídos de muitos estudos pelo baixo número de casos. A proporção de homens com TAs referida na literatura é de 1:10. Esse número vem aumentando nos últimos anos, mas ainda sem pesquisa que possa mudar esses dados. A referência desse aumento só pode ser afirmada pela prática clínica.
Quais os fatores de risco?
Segundo as pesquisas, alguns grupos de homens apresentam maiores probabilidades de desenvolver um Transtorno Alimentar. Por exemplo, profissões que estão ligadas com uma preocupação exagerada com peso ou forma corporal (bailarinos, modelos, jóqueis, ginastas...). No entanto, vale ressaltar que não é a escolha profissional o determinante dos TAs. Outro fator de risco importante é a orientação sexual. Nos EUA, 20% da população de homossexuais masculinos sofre de um TA. Porém, mais uma vez é preciso ressaltar que o pequeno número de pesquisas não nos permite qualquer afirmação nesse sentido.
Qual a diferença da ocorrência de distúrbios em homens e mulheres?
As pesquisas sugerem que a Bulimia Nervosa ocorre em cerca de 1% das mulheres jovens ocidentais, a Anorexia Nervosa em menos de 0,5% dessa população. Outros estudos sugerem uma incidência média na população em geral de 18,5 por 100.000 entre mulheres e 2,25 por 100.000 homens com diagnóstico de Anorexia Nervosa, e a incidência estimada de homens com Bulimia Nervosa foi de 28,8 entre mulheres e de 0,8 em homens por 100.000 a cada ano.
A puberdade tardia e a testosterona no homem podem ser fatores de proteção contra os distúrbios alimentares?
Em alguns pacientes com Transtornos Alimentares pode-se observar alterações endócrinas, mas nenhum estudo ainda foi feito em homens com TAs que possa fazer tal afirmação.
dismorfia muscular pode ser considerada um distúrbio alimentar?
A dismorfia muscular é um subtipo do transtorno dismórfico corporal, que ocorre principalmente em homens que, apesar da grande hipertrofia muscular, se consideram pequenos e fracos. Ela está associada à distorção da imagem corporal, que é um quadro frequente em pacientes com TAs.
Como os distúrbios afetam o psiquismo do indivíduo?
O medo do ganho de peso em pacientes com TAs e a busca do emagrecimento constante levam esses pacientes a uma baixa autoestima, depressão, ansiedade, distorção da realidade. É comum observarmos outras comorbidades psiquiátricas presentes nos TAs, como TOC, transtornos do humor...
Os distúrbios alimentares podem provocar impotência sexual?
Como é comum nos TAs a distorção da imagem corporal e a baixa autoestima, associadas a alterações endocrinológicas, podemos observar uma baixa de libido, um desinteresse sexual nos homens. Mas são dados clínicos e não de pesquisa.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito a partir de uma anamnese conduzida por um médico psiquiatra especialista, onde se destaca a preocupação com a imagem corporal, presença de amenorreia nas mulheres, avaliação do medo de engordar, a existência de práticas purgativas, histórico de dietas restritivas, obesidade na infância ou adolescência.
Qual o tratamento?
O tratamento dos TAs é sempre realizado em equipe multidisciplinar com médicos psiquiatras, nutricionistas e psicólogos, que atendem esses pacientes individualmente e com seus grupos familiares.
Há prevenção?
A informação ainda é a maneira mais adequada de fazer a prevenção. A explicação dos riscos causados com o excesso de preocupação com a imagem corporal e os pensamentos distorcidos com beleza e sucesso pessoal e profissional.
Referências
Revista Brasileira de Psiquiatria - Suplemento Transtornos Alimentares - vol. 24 dezembro de 2002 Revista de Psiquiatria Clínica - vol. 31 - número 4 - 2004