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O primeiro disputou com Serra a vaga de candidato do PSDB. O segundo quase foi excluído da lista de oradores do “Encontro dos Partidos”, como é chamado oficialmente o lançamento da candidatura tucano.
O evento estava marcado para as 9h, no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília, mas está atrasado. A iniciativa tem o apoio do PPS e DEM, aliados de primeira hora de Serra. Mais de 3 mil pessoas são esperadas para o lançamento, que será apresentado por Ana Hickmann e terá transmissão pela internet.
Aécio e FHC são símbolos dessa tentativa de união. Nesta semana, a ex-ministra e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, em visita a Minas Gerais pregou o voto "Anastadilma", uma dobradinha de votos entre Antonio Anastasia - governador mineiro, candidato a mais um termo pelo PSDB e apoiado por Aécio - e a própria petista.
A declaração desagradou aos petistas, que têm pré-candidatos no Estado, ao PMDB, que apoia Dilma e tem Hélio Costa como pré-candidato ao Estado, e inicialmente ao próprio PSDB, pois Aécio não veio a público para refutar tal tese e relembrar que seu candidato era Serra. Aécio deve ser candidato ao Senado por Minas, embora setores do partido ainda acreditem que ele poderá se compor a chapa presidencial como vice de Serra.
Logo na entrada do centro de convenções, um pôster de cerca de quatro metros quadrados de área exibia uma foto de Aécio ao lado de Serra e a inscrição "Aécio aponta o caminho; Minas agora é Serra". Já Fernando Henrique Cardoso é o alvo preferencial dos petistas, que pretendem fazer desta eleição um plebiscito entre a gestão tucana (1995-2002) e a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desfruta hoje de índices de popularidade recordes para ocupantes do cargo.
A estratégia tucana é evitar esta comparação, mirar apenas em Dilma e fazer o contraste entre a experiência administrativa de Serra, 68, e a de Dilma, 62. Porém, para não passar o sinal de desagregação, o partido fez o convite para discurso de FHC e saiu em defesa de seu mandato.
Além de Aécio e FHC, estão previstos discursos de Roberto Freire, presidente do PPS, e Rodrigo Maia, presidente do DEM. Também irá falar o coordenador-geral da campanha serrista, Sérgio Guerra, que é presidente nacional do PSDB. Ele defende que os discursos não citem a candidata do PT, Dilma Rousseff.
“Nosso foco não deve ser a Dilma. A gente não tem ficar falando dela. Temos de mostrar nossas propostas, nossos projetos para fazer o Brasil avançar ainda mais”, disse Guerra. “Na minha opinião, a gente tem de deixar a Dilma falar. Toda vez que ela faz isso ajuda a gente um pouquinho”, completou. O evento também coloca o ponto final em uma novela que se arrastou desde o final do ano passado, em que Serra se recusava a lançar sua candidatura. A estratégia era evitar atrair ataques precoces e comparações com Lula. Porém foi criticado até por aliados, pois sua vantagem nas pesquisas eleitorais foi diminuindo.
Na semana passada, Serra fez um discurso de quase uma hora para prestar contas de seus três anos e três meses à frente do governo de São Paulo. Não citou nominalmente nem Lula nem Dilma, mas fez comparações indiretas com o governo federal, ao defender uma postura mais ética na condução da vida pública, ao se colocar como tocador de obras e ao elogiar órgãos de fiscalização comumente atacados pelo presidente.
Serra entra em sua segunda disputa para presidente da República. Ex-deputado federal, secretário estadual, senador, ministro do Planejamento e da Saúde, ex-prefeito e ex-governador, o tucano fez a primeira tentativa, quando foi derrotado por Lula em segundo turno. Em 2006, chegou a cogitar entrar na disputa, mas abriu mão em favor de Geraldo Alckmin, que também acabaria derrotado por Lula. Coordenador do programa de governo em 2002, o deputado Luiz Paulo Velloso Lucas considera o ambiente no PSDB muito mais favorável agora. “Havia muita divisão há oito anos. A candidatura do Serra demorou para ser construída. Apesar da derrota, ele conseguiu chegar ao segundo turno”, disse.
Para Velloso Lucas, Serra tem de defender as conquistas do governo FHC (1995-2002). “No segundo mandato, enfrentamos problemas como o racionamento e falta de crescimento econômico, provocada principalmente pela crise mundial. Mas, em seguida, logo no começo governo Lula o crescimento veio graças aos fundamentais das políticas do PSDB”, disse. Além de tentar união, o PSDB tenta apresentar Serra como um candidato moderno. Por isso, aposta muito no uso da internet e suas demais ferramentas no lançamento de Serra neste sábado, como antecipou o iG na quarta-feira. O evento será transmitido ao vivo pela internet. No local, os presentes poderão fazer comentários via Twitter.
O evento já contou com a coordenação de Luiz Gonzalez, marqueteiro contratado para a campanha tucana. Além de tentar demonstrar unidade partidária, o PSDB pretende atingir exposição nacional - evidência que poderá ser refletida nas próximas pesquisas de intenção de votos. A candidatura ainda terá que ser referendada em convenção nacional do partido, que acontecerá entre 10 e 30 de junho.
Após ser pronunciado como pré-candidato, Serra deve se debruçar com outras lideranças na montagem de palanques estaduais - os tucanos preveem lançar candidatos em 15 Estados e ter coligações em 24. Também irá tentar atrair mais legendas para seu arco de alianças, a fim de aumentar seu tempo no programa eleitoral gratuito de rádio e televisão. E ainda terá a missão de participar da escolha do seu candidato a vice.
Enquanto Serra estiver discursando, Dilma deve participar de um encontro com seis centrais sindicais em São Bernardo do Campo, cidade do ABC paulista, berço político do PT e de Lula. O presidente deve participar.
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