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Como o reajuste aprovado na Câmara terá que passar depois pelo Senado, os senadores governistas querem fechar a questão para que as duas Casas concedam o mesmo percentual --sem que o governo sofra o desgaste de reduzir o valor aprovado pelos senadores em pleno ano eleitoral.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-AP), disse que vai levar o percentual de 7,71% ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à equipe econômica, que terão que avalizar a proposta para que saia do papel. Segundo Jucá, governo e oposição estão unidos no Senado em torno dos 7,71%.
O governo havia concedido aumento de 6,14% aos aposentados por medida provisória, que já está em vigor, mas se viu forçado a negociar mudanças no valor depois de uma série de protestos dos aposentados.
"Agora é a parte mais difícil, tem que fechar a proposta com o dono do cofre. Eu espero que o ministro [Guido] Mantega [Fazenda] possa fazer esse arredondamento, é o momento de se demonstrar essa prioridade", disse Jucá.
Centrais sindicais e entidades de defesa dos aposentados se mostraram favoráveis ao percentual de 7,71%. "Hoje a gente conseguiu o primeiro entendimento. É um bom acordo, acredito que vamos poder resolver isso nas próximas horas", disse o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PP-SP).
O presidente da Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), Warley Martins Gonçalles, disse que a entidade considera "justo" o percentual de 7,71%. "É uma grande vitória, mas continuaremos na luta em favor dos aposentados. Se não colocar o feijão numa pressão, ele não cozinha."
Pelo acordo fechado no Senado, a definição do reajuste das aposentadorias para 2011 ficará desvinculada da discussão atual --deixando o assunto para outro momento.
Impasse
Mais cedo, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), disse que sua disposição é negociar o reajuste com o Senado antes de colocar a MP em votação na Câmara. "Queremos chegar a um ponto que dê conforto para a Câmara e o Senado. A nossa responsabilidade é com o povo e com o país. Não vamos tomar posições eleitoreiras ou demagógicas, nem pressionados por um setor da sociedade", disse.
O governo teme impactos do reajuste se o percentual fixado pelo Congresso for superior a 7%.Se não houver acordo dos senadores com o governo, nem com as centrais sindicais, o líder do governo disse que vai manter a votação da medida provisória que prevê o reajuste de 6,14%.
Segundo os parlamentares, o impacto extra para a Previdência com o reajuste de 7% será da ordem de R$ 84,6 milhões por mês ou R$ 1,1 bilhão por ano.
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