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O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) apresentou na Indonésia um relatório sobre o tema. Nele, prevê sérias consequências ainda nesta década pelas montanhas de resíduos "perigosos" e "tóxicos" que se acumulam sem nenhum controle nas economias em desenvolvimento.
Ao longo do ano, foram gerados 40 milhões de toneladas de restos de computadores, impressoras, telefones, câmeras, reprodutores de música e geladeiras abandonadas, segundo o Pnuma.
"Este documento reaviva a urgência de estabelecer um processo ambicioso e regulado de coleta e gestão adequada do lixo eletrônico", assegurou o alemão Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma e subsecretário da ONU.
Steiner explicou que Brasil, China, Índia e México serão os principais prejudicados pelo lixo e enfrentam "crescentes danos ambientais e problemas de saúde pública".
Os especialistas do Pnuma estimam que, até 2020, o volume de resíduos procedentes de computadores abandonados crescerá 500% na Índia em relação a 2007, e 400% em China e África do Sul.
Nesse mesmo ano, a quantidade de telefones celulares abandonados na Índia e na China será 18 e sete vezes maior que a atual, respectivamente, enquanto as televisões e geladeiras sem uso em ambos os países se multiplicará por pelo menos dois.
O relatório, intitulado "Reciclando - Do lixo eletrônico a recursos", aponta que a maioria dos eletrodomésticos e aparelhos comuns em casas e empresas contém dezenas de peças perigosas.
Admite também a dificuldade de enfrentar o desafio, devido à "complexidade" de desenvolver programas integrais de reciclagem em países em desenvolvimento e aos obstáculos que um sistema de transferência de tecnologia de nações industrializadas para emergentes.
O documento sugere enviar as peças especialmente perigosas, entre elas circuitos integrados e pilhas, a países industrializados com capacidade de processá-los adequadamente.
"O lixo de uma pessoa pode ser a matéria-prima de outra. O desafio dos resíduos eletrônicos representa um passo importante na transição a uma economia ecológica", afirmou Konrad Osterwalder, reitor da Universidade das Nações Unidas (UNU).
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