Com o Buzz, Google chama para a briga o Facebook

Com o Buzz, Google chama para a briga o Facebook

Gabando-se da ascensão vertiginosa do Facebook no ano passado, seu fundador, Mark Zuckerberg, vive dizendo que o Google não cabe no futuro da web, em que são as pessoas – e não algoritmos mecanizados – que tomarão as decisões.

A prova disso é a explosão do Twitter e da busca em tempo real. Mas só um concorrente otimista demais poderia achar que o Google cederia o seu papel de protagonista assim tão facilmente. A rede é social? Então o Google quer mediá-la.

Prova disso é o lançamento, na terça, do Buzz, uma rede social integrada ao Gmail que usa uma linha de atualização similar à do Facebook para centralizar as conversas do Gtalk e do Twitter, as fotos do Flickr e do Picasa, os vídeos do YouTube e os textos do Google Reader.

A interface ainda é tosca e o serviço, nos seus primeiros dias, ainda não cumpre totalmente o que promete (filtrar o ruído da web 2.0 e entregar, de bandeja, só o que vai interessar a você). Mas, quanto às intenções, não há dúvida. O Google finalmente decidiu reagir e declarar guerra ao Facebook.

A maior rede social do mundo aumenta em uma velocidade que lembra o caminho percorrido pelo próprio Google, nos anos 90, até chegar ao incontestável posto de líder na web. Se o site de pesquisas ainda é o mais visitado, o Facebook mais do que dobrou de tamanho no ano passado, nos Estados Unidos. No mundo, já soma 400 milhões de usuários. Com games, aplicativos e integrações com um monte de serviços, cada vez mais o site rouba o nosso tempo online. Adivinhe só quem não está lá muito feliz com isso...

Aliás, você notou alguma ausência nas integrações do Buzz? Pois é, nada de Facebook até agora. Segundo o desenvolvedor brasileiro Hugo Barra (leia ao lado), responsável pelo projeto móvel da ferramenta, o Google “não descarta a hipótese” – mas, pela sua voz, também não parece lá muito animado com ela. O Buzz, a rede social que já nasceu gigante graças aos 37 milhões de clientes do Gmail, veio para tentar matar o rival.

Curiosamente, a rede social do Google foi lançada na mesma semana em que o projeto Titan, da turma de Zuckerberg, vazou. Apelidado de “Gmail killer” (Assassino do Gmail), é um suposto plano para um e-mail @facebook que faria que as pessoas não precisassem sair do site para quase nada. Segundo dados do Add To Any, um dos plugins mais populares para o compartilhamento de dados de blogs e sites, 24% dos dados navegam pelo Facebook. E-mail representa 11%, e o site quer também essa fatia.

POLOS Se o Google tem o Picasa e o Yahoo é dono do Flickr, o maior site 2.0 tem 2,5 bilhões de novas fotos todo mês. Se o Google lidera o ranking de acessos do Alexa, o Facebook é a quarta maior propriedade em web do mundo, em vias de passar o Yahoo.

Não há área que não seja marcada pela polarização dos dois domínios que querem centralizar a rede, descentralizada por natureza. E é por isso que um invade o terreno do outro, mesmo se for só para incomodar.

O que ambos parecem estar ignorando, no entanto, é que um só existe por causa do outro. A web 2.0 também está derrubando as paredes entre seus vários serviços.

O Twitter, com sua API aberta, pode aparecer no maior buscador do mundo ou na rede de contatos mais extensa do planeta. Em um mundo interconectado, serviço isolado não sobrevive. E é por isso que o Facebook só existe por causa do Google e, hoje podemos dizer, vice-versa.

MICROFACEHOO, FACEYHOOK?

Para enfrentar o Google – maior empresa de internet do mundo– Microsoft, Yahoo e Facebook, respectivamente segundo, terceiro e quarto lugares na lista, andaram se unindo. 2009 foi o ano dos acordos para essas empresas. E as parcerias contemplam justamente as áreas em que o Facebook ainda deixa a desejar. Busca, serviços de internet, rede social – cada uma das três empresas tem um ponto forte. Sozinhas, elas não têm chances; unidas, fazem frente a quase todas as ferramentas Google.

Em outubro, a Microsoft anunciou parceria com Twitter e com Facebook para disponibilizar informações das duas redes na busca do Bing. Recentemente, a Microsoft afirmou que ia aumentar essa integração. Além disso, a gigante do software mantinha acordo de exclusividade publicitária com o Facebook, que foi acabou no início do mês. Mas os anúncios contextuais do Bing continuarão no Facebook até 2011.

Em dezembro de 2009, o Yahoo avisou que seus serviços estariam acessíveis aos usuários do Facebook, que poderiam usar o login da rede social para entrar nos sites do Yahoo.

Foi a oficialização de um cenário que mostrava, segundo relatório da ComScore, que 52% dos usuários do Yahoo estavam também no Facebook, e que 84% dos usuários do Facebook usavam algum dos serviços do Yahoo.

Além das parcerias, alguns passos do Facebook indicam a intenção de cobrir áreas em que o Google é mais fraco: um acordo recente com a McAfee promete melhorar a segurança dos usuários, oferecendo seis meses grátis de antivírus e planejando estratégias para avisar usuários sobre problemas envolvendo malware.

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