Sete mil haitianos já foram enterrados em valas comuns
Sete mil haitianos já foram enterrados em valas comuns

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Cerca de 7.000 vítimas do terremoto que abalou o Haiti na última terça-feira já foram enterradas em uma vala comum nesta quinta-feira, segundo informações do presidente haitiano, René Préval.
A declaração do presidente foi feita a repórteres no aeroporto, junto ao presidente dominicano Leonel Fernández – primeiro chefe de Estado a visitar o país após o terremoto.
De acordo com o presidente, uma das maiores dificuldades encontradas após o terremoto era como fariam o enterro dos milhares de mortos.
Vítimas do tremor
Nesta quinta-feira, centenas de corpos apodreciam sob o sol no Hospital Central de Porto Príncipe e no jardim do centro médico, que foi quase totalmente destruído pelo terremoto, enquanto os feridos imploram por um médico e rezam para que não acabassem no "pátio dos mortos".
Sem luvas e com algodões empapados em álcool para se protegerem do odor da putrefação, as pessoas procuram parentes em meio a uma montanha de corpos, mutilados, seminus, cobertos de poeira e infestados de moscas, com a esperança de dar a eles um enterro digno.
"Finalmente encontrei minha prima", afirma Jean-Lionel Valentin, apontando para um corpo coberto com um lençol branco. "Mas agora ninguém quer me ajudar a levá-la. Os taxistas cobram uma fortuna e vou ter que deixá-la aqui de novo", explica.
Famílias inteiras surpreendidas pela morte jazem neste necrotério superlotado. A cada meia hora, um caminhão da Polícia local vem e despeja mais corpos neste pátio. Sem luvas, sem máscaras e com suas próprias mãos, dezenas de voluntários ajudam na tarefa.
"É preciso enterrar os mortos para evitar que a cidade se transforme em um grande foco de infecção", afirma uma enfermeira observando a área desolada.
Hospital Central
O Hospital de Porto Príncipe foi tão danificado pelo terremoto que nenhuma de suas instalações pode ser utilizada. Dois médicos haitianos tentam atender, exaustos, as dezenas de feridos que invadiram o centro médico e esperam ajuda, deitados no chão ou em colchões encontrados no hospital.
Roupas ensopadas de sangue e restos de comida cercam as vítimas. "Doutor, doutor", soluçam ao mesmo tempo quando veem um médico.
"Damos calmantes a eles e os hidratamos com soro. Suturamos alguns ferimentos, mas, por enquanto, não temos nada mais a fazer com os mais graves", lamenta o doutor Givenson Foite.
Vários feridos gritam incansavelmente de dor e injetam em si mesmos os calmantes que encontraram na farmácia do hospital. Alguns deles morrem devido à hemorragia, diante dos olhares perplexos de seus familiares.
A declaração do presidente foi feita a repórteres no aeroporto, junto ao presidente dominicano Leonel Fernández – primeiro chefe de Estado a visitar o país após o terremoto.
De acordo com o presidente, uma das maiores dificuldades encontradas após o terremoto era como fariam o enterro dos milhares de mortos.
Vítimas do tremor
Nesta quinta-feira, centenas de corpos apodreciam sob o sol no Hospital Central de Porto Príncipe e no jardim do centro médico, que foi quase totalmente destruído pelo terremoto, enquanto os feridos imploram por um médico e rezam para que não acabassem no "pátio dos mortos".
Sem luvas e com algodões empapados em álcool para se protegerem do odor da putrefação, as pessoas procuram parentes em meio a uma montanha de corpos, mutilados, seminus, cobertos de poeira e infestados de moscas, com a esperança de dar a eles um enterro digno.
"Finalmente encontrei minha prima", afirma Jean-Lionel Valentin, apontando para um corpo coberto com um lençol branco. "Mas agora ninguém quer me ajudar a levá-la. Os taxistas cobram uma fortuna e vou ter que deixá-la aqui de novo", explica.
Famílias inteiras surpreendidas pela morte jazem neste necrotério superlotado. A cada meia hora, um caminhão da Polícia local vem e despeja mais corpos neste pátio. Sem luvas, sem máscaras e com suas próprias mãos, dezenas de voluntários ajudam na tarefa.
"É preciso enterrar os mortos para evitar que a cidade se transforme em um grande foco de infecção", afirma uma enfermeira observando a área desolada.
Hospital Central
O Hospital de Porto Príncipe foi tão danificado pelo terremoto que nenhuma de suas instalações pode ser utilizada. Dois médicos haitianos tentam atender, exaustos, as dezenas de feridos que invadiram o centro médico e esperam ajuda, deitados no chão ou em colchões encontrados no hospital.
Roupas ensopadas de sangue e restos de comida cercam as vítimas. "Doutor, doutor", soluçam ao mesmo tempo quando veem um médico.
"Damos calmantes a eles e os hidratamos com soro. Suturamos alguns ferimentos, mas, por enquanto, não temos nada mais a fazer com os mais graves", lamenta o doutor Givenson Foite.
Vários feridos gritam incansavelmente de dor e injetam em si mesmos os calmantes que encontraram na farmácia do hospital. Alguns deles morrem devido à hemorragia, diante dos olhares perplexos de seus familiares.