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Chávez anunciou que o país terá um tipo de câmbio de 2,60 bolívares por dólar para bens prioritários, como alimentos e remédios, e um “petroleiro” de 4,3 bolívares por dólar para o comércio em geral, automóveis e têxteis, entre outros.
“Não há nenhuma razão para ninguém aumentar os preços de nada. Quando for necessário, o governo será o primeiro a reconhecer”, disse o mandatário em seu programa semanal de rádio e televisão “Alô, presidente”.
“Quero que a Guarda Nacional vá às ruas com o povo lutar contra a especulação”, afirmou, provocando aplausos de seus seguidores.
O presidente disse que é capaz de retirar as lojas dos donos e dar aos trabalhadores se eles reajustarem os preços. Chávez acusou os meios de comunicação de provocar terror entre a população ao dizer que serão aumentados os preços de todos os tipos de produtos.
Neste domingo, canais de televisão e jornais mostraram imagens de grandes filas de consumidores comprando eletrodomésticos e publicaram análises mostrando como a desvalorização afetará diversos setores da economia. Mas o governo assegura que o impacto sobre os preços não seria forte, no país que teve a inflação mais alta do continente em 2009, de 25,1%.
Fiscalização militar
Chávez instruiu o vice-presidente e ministro da Defesa, Ramón Carrizales, a verificar se os preços não disparam e pediu a ele que entregue, na segunda-feira (11), as primeiras linhas de um plano contra a especulação, em comum acordo com os militares, a receita e organizações comunitárias. “Que ninguém se deixe roubar aqui; denunciem o especulador publicamente e nós vamos intervir em qualquer negócio de qualquer tamanho que faça o jogo da burguesia especuladora”, afirmou.
O ministro das Finanças, Ali Rodriguez, disse na última sexta-feira que o impacto da desvalorização sobre a inflação ficaria entre 3% e 5%, sem detalhar a nova expectativa do governo para o indicador. Horas depois, o ministro do Planejamento, Jorge Giordani, afirmou que bens “desnecessários vão ficar mais caros.
O governo assegura que a desvalorização ajudará setores exportadores, em um país que importa a maior parte do que consome.
Chávez enfrentará em setembro eleições legislativas, nas quais procurará manter sua maioria esmagadora. A poucos meses das eleições, para as quais o presidente já iniciou sua ofensiva eleitoral que chamou de “campanha admirável”, os venezuelanos estão duramente atingidos pela criminalidade, por racionamento de energia elétrica e de água, além da desvalorização que elevará os preços.
Mas o mandatário afirma que o câmbio preferencial e os subsídios para alimentos e saúde diminuirá o impacto do “reajuste” sobre os pobres. Chávez conseguiu o apoio dos eleitores em uma dezena de disputas ao longo dos 11 anos de sua “revolução socialista”, na qual só teve uma derrota, em um referendo com o qual pretendia reformar a Constituição.
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