Governador do DF pede desculpas pelos ´´pecados cometidos``

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), pediu “perdão por seus pecados” em longo discurso proferido na tarde desta quinta-feira em Brasília. A afirmação foi feita durante cerimônia posse de diretores da rede pública de ensino em Taguatinga.

Ao discursar, Arruda disse compreender a indignação causada pelas imagens gravadas por seu ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa. Nos vídeos, em poder da Polícia Federal (PF), Arruda aparece recebendo um maço de dinheiro. O governador é suspeito de comandar um esquema de desvio de verbas públicas e compra de apoio político com o dinheiro desviado.

De acordo com o depoimento de Barbosa ao Ministério Público Federal, Arruda teria recebido R$ 3 milhões em propina. Arruda nega e classifica a acusação de "calúnia".

“Perdoo, a cada dia, os que me insultam. Entendo as suas indignações pelas forças das imagens. E, sabem por que eu perdoei? Porque só assim eu posso também pedir perdão dos meus pecados", afirmou o governador.

Arruda disse ainda ter cometido erros, sem apontar quais, e que, por “ingenuidade”, permitiu a aproximação de adversários políticos.

"Talvez, ingenuamente, permiti que esses interesses contrariados ficassem tão próximos de nós. Devo também ter cometidos erros, é claro. E todos os dias, eu tenho nesses 40 dias... Eu quero dizer a vocês, de coração mesmo, que eu já perdoei todos os que me agrediram", completou.

Na quarta-feira, o governo de Arruda entregou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) levantamento sobre o pagamento de contratos de informática feitos pelo governo local entre 2000 e 2009. Com isso, ele tenta mostrar que o suposto esquema do qual é acusado de comandar já existia no governo anterior. O governador voltou a defender a ideia no discurso desta quinta-feira.

"Tento dizer há 40 dias que aquele dinheiro que recebi dois anos antes de ser governador foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral. Não ouvem. Mas eu sei que o tempo, senhor da razão, irá explicar à sociedade porque essas pessoas se voltaram contra mim. Eu sei. Porque não conseguiram repetir no meu governo o que faziam antes."