A Justiça determinou o cancelamento do concurso público e do processo seletivo feitos pela Prefeitura Municipal de Andradina, para contratação de 124 funcionários. Nildo dos Santos concorria a uma vaga para agente de controle de zoonoses, se inscreveu no processo seletivo e fez a prova no dia 26 de julho.
Ao fazer o exame, o pretenso agente, percebeu que havia algo errado. “Não teve espelho da prova, como não tem até hoje na Internet, não levamos as provas para conferir como em outros concursos; perguntas que tinham duas respostas, tanto fazia responder A, B, C ou D estaria certo do mesmo jeito.
O que levantou mais suspeita foi lançar o gabarito às 18 horas e no outro dia já sair a classificação”, disse o candidato. Quarenta e quatro candidatos que suspeitam de irregularidades, movem uma ação popular contra a prefeitura. Eles pedem que as provas sejam feitas novamente. A Justiça concedeu uma liminar e suspendeu a validade das provas.
“O concurso foi suspenso porque a prefeitura não abriu licitação para a contratação da empresa que realizou a prova do concurso. O contrato foi feito diretamente com a empresa sem que antes tivesse sido aberto processo licitatório”, disse o Juiz de Direito da Comarca, Dr. Henrique de Castilho Jacintho.
O concurso público e o processo seletivo juntos ofereciam 124 vagas, a maior parte delas, quase 90%, destinadas para a área da saúde. Com a suspensão da prova, a falta de funcionários já começa a preocupar a administração pública. Os funcionários terceirizados que ocupavam as vagas foram demitidos no final de julho, assim que os aprovados começaram a ser convocados, mas por enquanto eles não podem assumir os cargos.
O chefe de gabinete da prefeitura explica que outros funcionários serão contratados em caráter de emergência e que a administração tenta reverter a decisão no Tribunal de Justiça de São Paulo.
“A administração acredita piamente, não só na capacidade do setor jurídico da prefeitura, mas em conseguir reverter o processo e conseqüentemente dar continuidade as nomeações do concurso público que a nosso ver, foi feito de forma lícita e a idoneidade da empresa Consesp, não deixa dúvida nenhuma”, concluiu Manoel Messias de Almeida.