O clima pesadíssimo na Portuguesa deve fazer o clube perder um de seus mais importantes e valiosos jogadores: o atacante Edno. O jogador considerou um absurdo a invasão do vestiário após a derrota para o Vila Nova-GO, no Canindé, e relatou que não foi a primeira vez que recebe ameaças. Por isso, afirma que não tem mais como continuar no clube paulista.
- Nunca vi uma coisa dessa na vida. A gente está tentando fazer acontecer e, infelizmente, não estamos conseguindo. Aqui no Brasil, as pessoas estão muito fanáticas. Por causa de uma partida de futebol já querem fazer esse tipo de coisa absurda. Isso não existe. Futebol é torcedor na arquibancada. Aqui na Portuguesa a torcida é muito folgada. Tudo o que acontece no time eles correm para cima de mim. Nós recebemos ameaças não é de hoje. Até minha família já recebeu. Não tenho mais clima para jogar na Portuguesa. Sinceramente - afirmou Edno.
O jogador fez questão de ressaltar que não está abandonando seus companheiros, mas que mais importante que um campeonato está sua vida:
- Não estou abandonando meus companheiros, mas desse jeito não vai dar. É a nossa segurança que está em jogo. Ninguém consegue ajudar com as coisas assim. É mais válido eu ter uma conversa e avisar que não dá mais. Eu não gostaria de voltar para lá.
Edno, que começou no banco de reservas, considera que foi bem na partida, mas que não foi possível evitar mais uma derrota da Portuguesa. Sobre os homens que invadiram o vestiário, ele reconheceu um:
- Assim que acabou o jogo, fizemos nossa oração já no vestiário. Claro que estava todo mundo chateado e de cabeça quente pela derrota, ainda mais em casa. Acho que cinco ou seis homens invadiram o vestiário e mostraram as armas na cintura. O pessoal ficou apavorado. Meu irmão estava lá e entrou na frente de um deles para impedir qualquer reação. O Cristian também tentou acalmá-los, mas não adiantou. Não sei como eles conseguiram entrar. Um deles eu reconheci, mas nunca tinha visto o restante. Não sei se eram torcedores, se eram do clube. Só sei que estavam ali dentro e nos ameaçando. Depois, os seguranças foram chamados e todo mundo foi colocado para fora.
Edno se revolta: 'Não tenho mais clima para jogar na Portuguesa'
Edno se revolta: 'Não tenho mais clima para jogar na Portuguesa'
