Número de bingos fechados dobra no Estado

A polícia fechou 28 bingos clandestinos no primeiro semestre deste ano em São Paulo. O número é o dobro do registrado durante o mesmo período do ano passado. Do total, 20 casas ficavam na capital e 8 no interior e na Grande SP.

Somente no mês de julho, foram 14 casas flagradas funcionando irregularmente, ou seja, praticamentre um estabelecimento fechado a cada dois dias no Estado, segundo os dados da Secretaria Estadual de Segurança.

Entre janeiro e a primeira semana de agosto, as polícias civil e Militar já apreenderam 1.925 máquinas de caçaníqueis “O aumento é resultado da parceria entre o Ministério Público e a prefeitura”, diz o delegado e diretor do Decap, Marco Antônio Novaes.

Segundo o delegado Novaes, a maioria das operações de fechamento de bingos clandestinos ocorre após uma denúncia anônima que chega à polícia ou à Secretaria das Subprefeituras.

Na última ligação recebida, policiais militares fecharam um bingo, na noite de sábado, na região da Lapa. Foram presos 9 jogadores, e 30 máquinas de caça-níqueis foram apreendidas.

A maioria das casas funciona em regiões nobres da cidade. Na esquina das avenidas Paulista e Brigadeiro Luiz Antônio, uma das principais da cidade, um escritório servia de fachada para um bingo.

Ao fechar o local, a polícia apreendeu 29 máquinas de jogo. Outra casa funcionava dentro de um escritório de advocacia. Para o diretor do Decap, a conivência do jogador é a maior ificuldade no combate ao jogo ilegal. “A população tem de entender que esse dinheiro sustenta o crime organizado”, diz Marco Novaes.

Depósitos têm 55 mil caça-níqueis

O delegado Marco Antônio Novaes diz que 55 mil máquinas de caça-níqueis estão estocadas em galpões do Estado e da prefeitura aguardando por uma decisão judicial.

Novaes explica que a burocracia emperra a destruição dos equipamentos ou sua reutilização por escolas ou outros órgãos públicos.

Segundo ele, o número de equipamentos empilhados levou o governo a avaliar a locação de espaços particulares para resolver a situação de falta de lugar. “Há casos de máquinas lacradas ficarem no local da batida e voltarem a funcionar.”

O diretor do Decap também informa que o dinheiro do jogo eletrônico sustenta grupos criminosos nacionais, entre eles o PCC (grupo que controla os presídios de SP), e internacionais. “O esquema é empresarial. Vai da pessoa que só recolhe o dinheiro das máquinas até o sujeito da manutenção”, explica o delegado.

Novaes conta que uma portaria do governo permitiu a classificação do vídeo-bingo como jogo de azar, medida que vai agilizar a destinação das máquinas apreendidas.